quinta-feira, 10 de abril de 2014

Jogo de azar?


Começo o dia lendo uma declaração do vice presidente de futebol do Coritiba, Paulo Thomaz de Aquino, sobre o “passo atrás” que o clube teve que dar por conta de algumas reviravoltas em negociações que já estiveram avançadas.

Sim, é preciso entender a dificuldade em se encontrar bons jogadores hoje em dia, que se adequem à atual realidade financeira do clube (que, curiosamente, e a despeito de trocentos “projetos” que se sucedem, e das verbas de tv que ficaram maiores a cada ano, só piora). Mas é imperativo que não se fale em “reforços” quando o que se está buscando são apenas jogadores que se destacaram no campeonato paranaense, pelos clubes do interior. Melhor seria defini-los como apostas. Mais apostas na vida do Coritiba.

Jogador que vai bem no campeonato paranaense é porque tem um olho em terra de cegos. Daí a ser classificado como um reforço vai uma distância gigantesca. Sim, o cara pode ter dado apenas azar em sua carreira e, depois de ter passado por vários clubes (como é o caso do tal Gabriel Barcos, especulado como um dos nossos possíveis “reforços”, que já jogou em treze times antes de chegar ao Maringá), de repente estourar em um grande clube (ou em um clube que diz ser grande e que tem postura de nanico, como o Coritiba). Mas, se tivermos que mensurar a possibilidade de isso ocorrer, qual seria a aposta mais racional? Acreditar que um jogador vai, enfim, por exemplo, vingar na décima quarta chance de sua carreira, ou que já se provou que ele nunca deixará de apenas perambular pelos clubes?

A chegada de Celso Roth reavivou os ânimos da torcida Coxa Branca, que já estava desacostumada a ver nomes reconhecidos nacionalmente chegarem ao clube. Minha opinião é de que essa contratação foi acertadíssima, assim como a do restante da comissão técnica (Paulo Paixão, principalmente). Contratações necessárias, mas não suficientes para mudar o nosso panorama.

Ao conseguir impor ao time uma disciplina tática mais acertada, Celso Roth deve melhorar o Coritiba em curto prazo. Porém, caso não receba novos jogadores que venham para suprir as reconhecidas carências técnicas que temos, terá sido apenas algo como a melhora que precede a morte. Nosso goleiro é fraquíssimo, inconstante e inseguro; nossos laterais ou apoiam ou defendem minimamente bem, mas nunca conseguem fazer as duas coisas em um mesmo jogo; nosso meio de campo só tem Alex, posto que Robinho é uma piada que só consegue fazer alguma graça em jogos sem importância, contra times fracos; e nosso ataque inexiste, posto que Júlio César tem como meta aumentar o número de crateras na lua, com uma bola de futebol, Keirrison tem três joelhos a menos que todo mundo, e Zé Love calça mais chinelos do que chuteiras.

Na seara das apostas arriscadas, temos Jajá, que imagino possa ser útil se estiver devidamente disciplinado e focado; Baraka, de quem eu desconfio (e apenas isso) bastante, posto ter ficado encostado em um Mogi Mirim da vida, e Mizael, um piá, esse sim praticamente um sinônimo da palavra “aposta”.

Com menos risco, mas também sem terem ainda provado definitivamente que se trata de bons jogadores, confiáveis e que não oscilam, temos Luccas Claro, Gil (?), Germano (??), Carlinhos e Roni.

E, finalmente, de jogadores dos quais não há o que questionar, temos Leandro Almeida e Alex.

Resumindo: [finalmente] temos um bom treinador, mas ainda estamos BEM longe de termos um time. Não tenho a mínima ilusão de que virão reforços consagrados, ainda mais quando a contratação da atual comissão técnica já foi tida como um arroubo de ousadia financeira no cenário de um clube quase falido como o Coritiba. Também não tenho ambição alguma de poder disputar algum campeonato importante brigando por conquistas. Mas não tenho dúvida alguma que, caso continuemos errando nas apostas que trazemos ao clube, nem a esperança de não chegar ao final do campeonato brigando pra não cair eu poderei ter.

E então, o quanto você está disposto a apostar, Coritiba??

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mpopin@yahoo.com.br

 

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Finalmente, uma boa notícia!


Difícil lembrar quando o Coritiba fez algum movimento de time grande. Afora a vinda de Alex, que se deu mais por sua vontade do que por trabalho do clube, há MUITO tempo não chega ao Coxa alguém com um currículo vencedor ou, pelo menos, com bons trabalhos reconhecidos.

Mas eis que ontem o Coritiba resolveu fugir um pouco da mediocridade que tem dominado suas ações, e acertou contratos com Celso Roth, treinador, e Paulo Paixão, preparador físico.

Depois de termos sido obrigados a engolir seguidas experiências com treinadores sem nome, quase estagiários, que estavam iniciando suas carreiras em um clube de Série A, Celso Roth vem para, acima de tudo, impor respeito. Aos jogadores e aos adversários, que, ao olharem para o banco de reservas alviverde, não verão mais um rapaz apavorado roendo as unhas, mas alguém que já tem até título de Libertadores no currículo.

Agrada-me saber que voltaremos a rezar pela cartilha do futebol de força, do “estilo gaúcho”, historicamente combativo, defensivamente forte, com um time bem arrumado em campo, e sem invencionices bizarras. Com o perdão da comparação, mais ou menos como na época de Ênio Andrade. Com o limitadíssimo elenco que temos, tecnicamente falando, nada mais adequado.

Se a contratação de Celso Roth foi uma surpresa, faltariam palavras para descrever a vinda de Paulo Paixão. Profissional renomadíssimo, vitorioso, cuja história lista conquistas tais como: duas Copas do Mundo (1994 e 2002), três Libertadores (1995, 1999 e 2006), um Mundial de Clubes (2006), um Campeonato Brasileiro (1996) três Copas das Confederações (2005, 2009 e 2013), duas Copas América (2004 e 2007), uma Copa do Brasil (2001) e mais oito títulos estaduais. Após anos penando com uma preparação física deficiente, que entregava mais jogadores ao departamento médico do que ao treinador da equipe, teremos agora a perspectiva de ter esse problema finalmente resolvido.

Aguardemos, então, os próximos movimentos da diretoria. Um bom treinador e um excelente preparador físico eram necessários, mas não serão suficientes para nos tirar da lama, caso não cheguem também alguns jogadores de reconhecida qualidade técnica. Ainda assim, dou uma trégua à postura de tolerância zero para, finalmente, aplaudir um movimento feito pela diretoria alviverde. Que não paremos por aí.

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mpopini@yahoo.com.br