segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Alex, Coxa Branca!


Tenho duas filhas. Uma completou dezoito anos de idade, outra acaba de fazer cinco.

A mais velha, universitária, trabalhando e já cuidando da sua rotina diária. A mais nova ainda dependente dos pais. Aquela se descobrindo para a vida, esta descobrindo a vida.

O tempo passou rápido, sem que eu percebesse, a adolescente cresceu, e me trouxe a certeza de que deixei passar coisas importantes, e que não vivi intensamente, ao lado dela, tudo o que deveria ter vivido. Talvez por isso, "colo" na pequenininha e tento aproveitar ao máximo cada sorriso dela, cada descoberta, cada erro, até, pois sei que são momentos únicos, mágicos, que não voltarão mais.

Não quero, aqui, cometer o absurdo de comparar o amor que sinto pelas minhas filhas, com o amor que sinto pelo Coritiba. São coisas bem distintas, mas que permitem, porém,   que se trace um paralelo em relação às coisas que temos o privilégio de acompanhar, mas que, estupidamente, não o fazemos de forma plena.

Sábado passado, ao ver Alex deixar o campo, na metade do segundo tempo, contundido, depois de uma atuação simplesmente deslumbrante, me dei conta de que estou a vivenciar os últimos momentos em campo de um jogador único. Imediatamente, me veio à mente aquela partida de 1995 (que me fez atravessar o Brasil, da Amazônia à Curitiba), aquele gol de Alex contra o Atlético, que ajudou a nos levar de volta à primeira divisão.

Percebi, então, que de lá pra cá já se passaram quase vinte anos, em cujos dias Alex escreveu várias e belas páginas da história do futebol brasileiro e mundial. Me dei conta, não sei se tardiamente, que o simples fato de ver Alex envergando a camisa do Coritiba, para com ela escrever os capítulos finais de sua gloriosa carreira, é um privilégio indescritível, que compensa, em parte, todo o sofrimento que tem ditado a rotina alviverde nos últimos anos.

As vezes chego a pensar que, depois de 1985, foi tirado de nós, Coxas Brancas, o direito à felicidade. De lá pra cá, sucederam-se períodos de trevas, como a década de 90, frustrações imensas, como a perda seguida de dois títulos da Copa do Brasil, humilhações constantes, impostas por dirigentes que do nada saem e ao nada retornam, não sem antes afundar ainda mais o clube, e tragédias que marcaram nossa alma, como os rebaixamentos de 2005 e, principalmente, de 2009. E essa sensação de que estamos a sofrer um castigo eterno por um mal que desconhecemos ter cometido é acentuada quando sofremos gols nos acréscimos de uma partida cuja vitória nos traria não somente esperanças, mas, principalmente, um pouco de alegria.

Por tudo isso, pelas lições diárias de que não se pode deixar de viver intensamente nenhum momento da vida, de que o sorriso tem sido tirado de nossos rostos a cada vez que nos permitimos sonhar em rever o Coritiba grande como um dia foi, pela quase ausência de perspectiva de que possamos ver, em um curto espaço de tempo, a camisa alviverde voltar a ser honrada por um craque do futebol, é que devemos render a Alex toda a nossa atenção e todas as nossas homenagens, pois jogador igual, seja no trato com a bola, seja em devoção ao clube no qual se formou, poucos clubes no mundo tiveram.

Não sei como 2014 terminará para o Coritiba. Espero que ao final da partida contra o Bahia, no dia 07 de dezembro, a tristeza pela despedida de Alex possa ser ao menos diminuída pela permanência do time na primeira divisão. Mas, aconteça o que acontecer, eu vou continuar a usar a camisa 10 do Coritiba, como o nome de Alex às costas, como um presente que me foi dado pela vida, como a lembrança de que, um dia, fomos grandes, e como a fonte da esperança de que dirigentes aventureiros não acabem por nos tirar, jamais, o orgulho de ser Coxa Branca.

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mpopini@yahoo.com.br

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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A faixa que queremos.


Por: Felipe Rauen

No último atleTIBA, mais uma vez vencido por nós de modo indiscutível dentre tantos (ah, como é bom), nossos jogadores ingressaram em campo com uma faixa mostrando a triste realidade pela qual passa o clube.

Reclamavam do atraso do direito mais básico de qualquer trabalhador, que é o recebimento em dia dos seus salários, meio de subsistência pelo qual todos lutam ou um dia lutaram. E mais, o texto não se limitou a uma mera reclamação, mas ao mesmo tempo mostrou que os portadores do manifesto não deixariam de lutar pelo time – já nem tanto pelo clube – por amor à torcida e, pior, deixou clara a desconsideração do presidente Vilson para com eles, através de reiteradas promessas de regularização não cumpridas “Em vão” como dizia a faixa.

O texto, na verdade disse muito mais do que estava literalmente escrito. Ficou confirmado para quem já sabia ou sentia, e claro para quem ainda pairava na inocência, que a administração do Coritiba, da qual tanto se esperava quando assumiu, está perdida. O clube, agora, não só tem uma considerável dívida com terceiros e passivos trabalhista que os pobres mortais como nós desconhecemos, como nem mesmo aos seus colaboradores consegue pagar.

Ora, é quase acaciano dizer que se um clube de futebol não se sai bem em campo, segue-se a derrocada financeira. Mas o inverso também é verdadeiro, ou seja, se o clube está financeiramente descontrolado e torna o seu meio de produção (os atletas) necessitado de buscar forças motivacionais extras, às vezes em prejuízo do sustento familiar, em consequência não se dá bem em campo e um círculo vicioso se fecha. Clube descontrolado e desorganizado financeiramente, time mal. Time mal, clube sem ingresso de receita.

E no Coritiba, ao que parece ao menos para quem só acompanha – mas muito – os noticiários e cronistas – o problema parece ser muito mais de não saber gastar corretamente o dinheiro destinado ao futebol do que falta dele. Se quando a atual administração assumiu a dívida estaria sob controle e era muito menor, como se dizia, não há como concluir diversamente.

Não se sabe quantos atletas estão na nossa folha de pagamento – sim, amigos, na nossa que sustentamos direta e indiretamente o clube. São dezenas além dos trinta e um que constam no site oficial, muitos deles emprestados e com parte dos salários bancados pelo Coritiba. Seria irresponsabilidade minha dizer que dinheiro tem sido gasto em outras áreas que não a do futebol, meio e fim do Coritiba, mas às vezes me parece que a nossa direção age como no “Baile da Ilha Fiscal” quando o império brasileiro agonizava antes da proclamação da república, ou como Maria Antonieta quando se aproximava a Revolução Francesa, desconhecendo olimpicamente a falência a que aos poucos está sofrendo o Coritiba, se é que já não.

Sei que deve ser muito difícil administrar um clube de futebol nos tempos atuais. O mercado brasileiro se descontrolou e inflacionou, mantendo-se jogadores e técnicos com salários totalmente fora de nossa realidade econômica. Sei também que há clubes em situação igual ou pior do que a do Coritiba. Tenho o sentimento de que se uma administração saneadora se impuser no Coritiba, muito tempo ainda decorrerá para que tenha a situação sob controle.

Mas isso não é consolo.

Não quero irresponsabilidade em nome da montagem de um bom time, mas também não quero ter apenas certidões negativas de débitos. Quero um clube bem administrado, com dívidas pelo menos equilibradas – já que reconheço impossível delas se livrar – mas quero também sucesso em campo. Quero um Coritiba confiável, que faça com que os torcedores se sintam recompensados pelo pagamento das contribuições sociais, participação nos jogos e tanto outros meios que rendem dividendos ao clube.

A faixa que quero ver em campo é a de campeão, não só mais na esfera estadual. Lastreada em controle financeiro, sem dúvida. Uma coisa leva à outra.

domingo, 21 de setembro de 2014

Estagiário de fraldas

Certas coisas são MUITO difíceis de entender.

O Coxa vinha de uma boa vitória contra o forte São Paulo. Saía da ZR depois de 18 rodadas. Ânimo novo, certo??

Que nada.

Eis que, logo na partida seguinte, contra o fraco time do Sport, Marquinhos Santos abre a sua sacola de estagiário, pega dentro delas uma dúzia de fraldas, e as distribuiu aos jogadores do Coritiba, não sem antes não esquecer de ele mesmo usar duas, para garantir que o seu cagaço ficasse bem escondido.

E assim, segue o Coxa com a sua campanha que, este ano, tem requintes de crueldade. Impõe sofrimento ã sua torcida, judia, machuca, dá uma assoprada, pra mentir que vai melhorar, e, logo a seguir, faz questão de humilhar a todos, novamente.

Por que tanto medo desse Sport??? Por que??? Será que não avisaram a droga do nosso treinador que, para ter chance de escapar do rebaixamento, o Coritiba precisa ir buscar fora de casa as partidas que entregou no Couto Pereira??? Por que o time recuou todo logo no início do segundo tempo?? E, tão burro é esse Marquinhos Santos, que, perdido, e com as fraldas já todas sujas, terminou o jogo com quatro centroavantes no time, e, pasmem, Anderson Aquino entre eles!!

Ter esperanças com esse time é ser tolo, masoquista, é implorar pra sofrer. Pudera o tempo ser benevolente conosco, apressar-se, trazer logo o fim do ano e levar, para bem longe do Alto da Glória, os dirigentes que lá estão, e que, de tão incompetentes, estão conseguindo a façanha de fazer o buraco no qual nos encontramos não ter fim..... Aí, quem sabe, depois do enésimo recomeço, possamos acertar.


sábado, 13 de setembro de 2014

Mais um prego no caixão

Tento não escrever logo após os jogos do Coritiba, muito menos durante os mesmos.

Mas hoje, venho até este espaço no intervalo do primeiro pro segundo tempo do jogo do Coxa contra o Santos, na Vila Belmiro.

Não sei quanto vai acabar o jogo. Também acho q o juiz nos prejudicou novamente, ao anular o gol do Luccas Claro.

Independentemente disso, não posso deixar de expressar, mais uma vez, minha indignação com o camisa 20 do nosso time, Robinho.

Responsável direto pelos DOIS gols do Santos, até agora, Robinho não é jogador de futebol. Alçado à condição de craque por sua assessoria de imprensa e pelas vaquinhas de presépio que aplaudem todas as bobagens que a diretoria alviverde faz, esse cara é a personificação de toda a mediocridade que assola o clube já há tempos.

E, por ser titular absoluto desse time, jogador intocável, que NUNCA fica no banco, e que teve o seu contrato renovado há pouco pelo presidente do clube, torna o nosso iminente rebaixamento para a segundona algo mais do que natural, e até justo.

Poucas vezes vi, no Coritiba, um time tão fraco. E mesmo nos times montados na década negra (89-99), não me lembro de ter visto um jogador pior do que Robinho. A única diferença, era que, naquela época, poucos torcedores aplaudiam as porcarias que vestiam nossa camisa. Já hoje, tem gente que lamenta quando Robinho se machuca, e não pode jogar.

O Coritiba de hoje não é o Coritiba que eu aprendi a amar, e respeitar. Naquele Coritiba, Robinho seria execrado pela torcida, e não aplaudido como é hoje, caso algum maluco resolvesse dar a ele a camisa de titular.

Robinho tinha que ser mandado embora do clube, e não ter o seu contrato renovado por mais tempo, como ocorreu. Ao assinar a sua renovação, Vilson Ribeiro de Andrade colocou mais um prego no nosso caixão. E, ao continuar escalando esse cara como titular, Marquinhos Santos atesta não apenas a sua incompetência e a sua inexperiência, mas também, e principalmente, a sua conivência com a mediocridade


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

URINANDO NAS PERNAS


Por: Felipe Rauen

O resultado do jogo entre Coritiba e Bahia foi justíssimo. Os dois times se igualaram na ruindade técnica e individual. Tiveram mais medo de perder do que coragem de ganhar. Não mereciam melhor sorte e comprovaram que estão no lugar certo na classificação do campeonato.

Seria “chover no molhado” dizer que não temos nenhuma qualidade no meio do campo, que Zé Love de bravo passou a egoísta (ou será que ele sabe que não adiante passar a bola para os companheiros que tem?) e que Robinho nem sequer escanteio sabe bater. Mas é cansativo para mim e certamente para os amigos leitores a cada coluna bater nas mesmas teclas.

E ontem, além do baixíssimo nível dos times, tivemos ainda uma atuação patética do árbitro. Deixando de lado as repetidas inseguranças, sobre as quais falarei a seguir, ontem vi o que eu nunca tinha visto. Árbitro fazer “cera”! O homem caminhava a passos de cágado cada vez que marcava alguma infração ou escanteio, não deu os sete minutos de acréscimo decorrentes da confusão do pênalti e, quando foi dar cartão amarelo para dois do banco de reservas do Bahia, se dirigiu até a linha lateral quase que se arrastando, gastando vários minutos em cada ocasião. Sem dúvida ele, mais do que o Coritiba e o Bahia, estava satisfeito com o empate sem gols! Mas como é que um sujeito que se arrasta em campo é aprovado nos testes físicos da CBF?

Ele errou em nosso favor – muito menos do que já erraram contra nós – e ficou sete minutos para lá e para cá como um pateta indeciso até que alguém lhe disse que pela televisão se comprovava que a falta acontecera fora da área. E o pênalti era indevido. Mas então agora temos uma novidade no futebol, que não sei se será aceita pela FIFA. Na dúvida sobre alguma assinalação, o árbitro consulta os auxiliares que informam o que viram na TV. Pronto, a atuação do árbitro ficará relativizada perante a tecnologia. Ah, se no jogo contra o Flamengo algum auxiliar tivesse chamado o árbitro para dizer que o segundo pênalti que ele “criou” não ocorreu...

E o episódio mostra mais. Mostra que ninguém mais nos respeita. O árbitro errou, repito, e acertou ao corrigir, embora a destempo. Mas no futebol, quando o erro não é doloso como os que sofremos no jogo contra o Flamengo, ele faz parte da cultura do esporte. Quantas e quantas vezes a televisão mostra erros dos árbitros, a maioria deles por incompetência, precipitação ou omissão? Nessas ocasiões os árbitros aceitam que os jogadores do time penalizado reclamem um pouco, mas apenas dentro do que é razoável. Mas aguentar sete minutos de queixas veementes, idas para lá e para cá, permitir que a bola fosse colocada na marca dita fatal para depois de tanta demora e indecisão reconsiderar, penso que só ocorre com clubes que não tem força e não são respeitados. Dá para imaginar algo parecido quando um pênalti indevido for marcado para Flamengo, Fluminense, Corinthians, São Paulo, contra Coritiba, Bahia, Sport e outros de menor graduação no cenário do futebol nacional? Os jogadores dos últimos receberiam cartões amarelos, no mínimo.

Fosse o Coritiba respeitado como um dia já foi – embora nunca antes tivesse um chefe de delegação na seleção brasileira – o comportamento das arbitragens certamente seria outro em nossos jogos. Não quero que favoráveis, mas sim justos e coerentes com o padrão. Com cada vez menos prestígio, tenho medo de que logo os cachorros passem a urinar nas nossas pernas.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A falta de tudo





Por: Samir Prado


Passado o calor do jogo e refeitas as emoções, o que fica é um enorme sentimento de vergonha.

Mais do que qualquer árbitro mal intencionado, rede de televisão interessada em audiência ou qualquer outra indecência que tenha acontecido na vexatória eliminação do Coritiba da Copa do Brasil de 2014, o que mais me envergonha é a percepção da total falta de brios do time que estava em campo e da comissão técnica (da diretoria não vou falar porque é de quem não se espera nada que não se recebe nada mesmo).

Ninguém demonstrou o mínimo de indignação que um ser humano normal submetido à tamanha injustiça demonstraria. Foi um estado de paralisação generalizada, o que se vê nas expressões de Leandro Almeida, Vanderlei, Lucas Claro e demais não denota nenhum tipo de sentimento pela causa que defendiam. Aquele era um momento em que com certeza um grande líder teria tomado as rédeas da situação e retirado todo o restante do grupo de seu estado de completa letargia.

O Coritiba, a não ser por Vanderlei, um exímio pegador de pênaltis, já foi derrotado para as cobranças, como um sentenciado à morte vai para a sala onde receberá a injeção letal. Não havia nos batedores nenhuma confiança naquilo que estavam prestes a executar, o próprio Robinho, que converteu a penalidade, o fez com certa dose de sorte. Todos os cobradores que erraram bateram na bola, mas acertaram em cheio o sentimento da torcida. Covardia?

Acaso esse time tivesse o mínimo de brios, teríamos visto cobranças muito mais incisivas, não digo que haja obrigação em acertar uma penalidade numa disputa contra um dos grandes do futebol brasileiro em seu território, mas o que se esperava, pelo menos o que eu esperava, era o mínimo de vontade de ganhar, não que isto significasse um caminho para o título da competição, mas muito mais um desabafo, uma bela sambada na cara de quem de alguma forma se valeu de uma arbitragem catastrófica para alcançar algum intento e cantar aos quatro ventos o milagre de reverter uma desvantagem enorme de 3x0 em uma competição como esta.

De alguns anos para cá o Coritiba tem causado profundas decepções, mas acredito que historicamente o que aconteceu de quarta para quinta feira no gramado do Maracanã tenha sido algo para marcar por muito tempo. Logo no Maracanã, logo numa madrugada de quarta para quinta, logo numa disputa de pênaltis. Realmente, vocês não sabem nada do Coritiba.

Agora, a estes mesmos que causaram vergonha no gramado do Maracanã, graças a imensa incompetência da diretoria atual que não entende nada de futebol, está entregue a ingrata missão de livrar o Clube de mais um rebaixamento. Confesso, isso não me soa nada animador. Ao contrário da situação vivida na eliminação, vocês terão um pouco mais de tempo para buscar forças e reagir, mas querem?


samirprado@hotmail.com

O senhor merece, "Dr." Vilson Ribeiro de Andrade...

Caro "Doutor" Vilson Ribeiro de Andrade


Eu não lhe vejo, nem lhe tenho, como presidente do clube que eu amo. Meu respeito pela sua figura ligada ao Coritiba, não à sua pessoa, obviamente, o senhor nunca terá, ainda que isso tenha significado apenas para a minha consciência.

O senhor diz ter assumido o Coritiba quando ninguém mais queria isso, mas esquece-se que já fazia parte da diretoria responsável por nos rebaixar no ano do nosso centenário.

O senhor entregou as chaves do nosso clube a um aventureiro, que nada conhecia do clube, e deu a ele, Felipe Ximenes, o direito de errar sem limites, e de nos deixar uma herança maldita, fazendo-nos ter que aguentar não somente jogadores ridículos envergando a nossa camisa, mas, pior ainda, fazendo-nos ter que pagar salários para que esses inúteis joguem em outros clubes.

O senhor nos prometeu a grandeza, a transformação do Coritiba em um clube grande, a participação em torneios continentais, a presença certa entre os primeiros colocados nas tabelas dos campeonatos que disputássemos, mas só nos deu a vergonha de termos que brigar seguidamente contra o rebaixamento que, este ano, é praticamente inevitável.

Pra fechar, “Dr.” Vilson, o senhor se aliou àquela que, historicamente, sempre prejudicou o Coritiba. Ao se juntar à CBF, e ganhar como “prêmio” o patético papel de “chefe da delegação” da Seleção Brasileira responsável pelo maior vexame da nossa história, o senhor traiu não apenas a torcida Coxa Branca, mas também todos e quaisquer princípios que sejam pautados pela coerência e pelo respeito próprio.

Pois ontem, caro Vilson, a mesma CBF que o senhor tanto ajuda e bajula, escalou um árbitro capaz de cometer absurdos tão grandes que beiram o surrealismo, para beneficiar o poderoso Flamengo e devolver-nos ao nosso lugar, de pequenos, de times que podem ser espezinhados, roubados, pois poucas vozes levantar-se-ão clamando por justiça.

Por tudo isso, se existe alguém que MERECE o sofrimento de uma derrota tão humilhante quanto injusta, é o senhor, “Dr.” Vilson Ribeiro de Andrade. Pena, apenas, que a tristeza que o senhor ajudou a construir, seja por omissão, seja por incompetência, e que parece não ter fim no Coritiba dos dias de hoje, seja extensiva à toda à torcida Coxa Branca.

Resta-nos, apenas, esperar que seu ciclo no “comando” do Coritiba se encerre em breve, e que seu nome seja riscado da história do clube, ou que seja apenas lembrado como a quintessência da traição, daquelas pessoas que se aliaram a quem quase nos matou, e que, ao chegarem ao círculo [viciado e contaminado pela inaptidão nata] do poder alviverde, nada nos deram, que não sejam seguidas humilhações, e nada nos deixaram, que não sejam seguidas tristezas.


                                            Foto: Rafael Ribeiro/CBF/Reprodução Gazeta do Povo

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O leão e outros bichos

 Por: Felipe Rauen

Perdemos mais dois pontos em casa, jogando uma primeira etapa de razoável a boa e uma segunda com o time entregue, sem inspiração e errando muito, salvo lances pessoais do Zé Eduardo, do Carlinhos e do Martinuccio. Não merecíamos melhor sorte, e somente graças aos resultados paralelos não nos abrigamos na última colocação do campeonato.

Há muito se tem dito que sem ganhar em casa não há esperança, e a cada partida – ressalvado o jogo contra o Vitória, cuja fragilidade é claríssima – ela, a esperança, mostra que morrerá mesmo que por último.

E como também se tem dito e redito, o nosso problema em campo está fixado na má qualidade do plantel, montado sem critérios ou com critérios que nós, pobres mortais, desconhecemos. Jogadores que não deram certo em outras equipes, inclusive na segunda divisão – por exemplo, Robinho no Avaí – e contratações em quantidade como se a qualidade fosse um item secundário.

Temos um jogador (?) como o Baraka que em face de suas escandalosas más atuações o técnico substituiu pelo Gil, conceituado há poucos dias por um cronista como “um leão” (do Lions Club?). Talvez esteja certo quem assim afirmou, já que realmente vontade não falta ao Gil, que corre para todos os lados da savana, chuta tresloucadamente e dá carrinhos (menos mal que lhe rendem cartões amarelos e de tempo em tempo fica fora do time). Falta-lhe é futebol, ainda que pouco. Mas isso, no atual estágio do Coritiba, talvez seja exigir demais, ora pois.

E poderíamos prosseguir na avaliação individual de maioria dos nossos atletas, não somente pela partida de hoje, já que afinal nenhum está livre de uma ”má jornada” como gostam de dizer os comentaristas. O que está ocorrendo com a grande parte dos jogadores do Coritiba é que, ao contrário, excepcionalmente fazem uma boa jornada. Nessas ocasiões, para alguns torcedores ou os que gostam de enganá-los, tudo passa a estar bem.

Ah! Mas hoje jogamos melhor do que contra o Flamengo pelo campeonato brasileiro, dirão alguns. Sim, sem dúvida. Mas ainda é pouco. Não vamos mais exigir que o Coritiba jogue bem sempre, mas que, dentro de suas limitações, ganhe pelo menos em casa, mesmo imerecidamente, a esta altura pouco se dá.

Enfim, amigos, e não me importa que me chamem de pessimista quando, junto com alguns poucos, sou realista, a verdade é que a cada dia o nosso Coritiba se encaminha para mais uma vez descer a escada rumo à segunda divisão. Quero muito ser desmentido, não me importando se vier a ser “enquadrado” em deslumbrados textos. Não busco estar com a razão, quero é ser feliz no futebol com o clube do meu sexagenário coração.

“Com a morte do otimismo, o pessimismo se transformou em nossa última e delirante forma de esperança”. (Millor Fernandes)
 

domingo, 24 de agosto de 2014

Mudanças

Por: Felipe Rauen 

Há muito sabemos que o Coritiba vem sendo mal administrado, no mínimo no que se prende à sua única finalidade, manter um time de futebol que possa obter conquistas significativas, ou pelo menos razoáveis, sem jamais envergonhar a torcida como vem acontecendo desde 2012.

Tudo teve início, e não me canso de repetir, com o “planejamento” do sr. Felipe Ximenes, referendado pelo presidente Vilson, com contratações estranhas e múltiplas, salários altos e contratos longos para jogadores – alguns até desconhecidos - que nunca corresponderam, e assim continuou após a saída daquele e a chega de novo supervisor de futebol que não se sabe quais qualificações teria para a função. Hoje, ninguém sabe quantos atletas temos em nossa folha de pagamento, uns dizem em torno de cinquenta, outros falam em setenta. Pagamos salários, ou grande parte deles, para jogadores emprestados para outros clubes. E altos. 

Refiro-me a tais fatos mesmo sabendo que são notórios. No caso do Coritiba, já seria um alívio poder aplicar o brocardo português “tudo está como antes, no quartel de Abrantes”, pois estamos nos afundando progressivamente. Estabilizar-se na mediocridade, nada ganhando, mas também não sendo rebaixado, já seria um grande ganho nos tempos atuais. Como é que eu um dia pude aceitar dizer isso? 

No sábado, o time do Coritiba, além das péssimas apresentações individuais, parecia ser uma horda, um bando, uma malta, um agregado de desorganizados, enfim, um grupo sem tática e sem comando externo ou dentro de campo. Se não temos boas individualidades, o negócio seria montar o time dentro das suas limitações, com obediência tática mínima. Ao contrário, o que se viu foram zagueiros chutando a bola diretamente para o ataque, falta de triangulação com os laterais, jogadores desinteressados, como se mostrou o ex-craque Keirrisson, e nenhuma criação no meio de campo. Enfim, um time sem estrutura de jogo. Ninguém, de forma lúcida, pode dizer que um dia o atual plantel poderá mostrar bom futebol, muito pelo contrário. A composição do elenco foi tão ruim, que é consenso que não há técnico no mundo que faça o atual time um vencedor e conquistador de títulos. Um time que tem Robinho como referência, desde o afastamento do Alex, e Baraka como titular, certamente nunca poderá ir longe. Não há como tirar leite de pedra. 

Leio em alguns sites que o Coritiba jogou melhor do que o Palmeiras na segunda etapa. Mas é jogar melhor sem nunca chutar a gol? Reclamam também da arbitragem, que errou muitas vezes, sim, mas jamais em lances capitais, tanto que reconsiderou o pênalti que havia dado contra nós. E esse discurso contra as arbitragens é o álibi que os fracassados adotam quando perdem a esperança em si. 

E eu iria encerrar a coluna analisando a conduta do Celso Roth, quando recebi a notícia de que ele e o Paulo Paixão deixaram o Coritiba e que o Marquinhos Santos foi contratado para o lugar do primeiro. 

Ainda é cedo para firmar convicção, mas é de se perguntar se ele poderá fazer com que os pretensos jogadores que temos aprendam futebol. Não servia antes como treinador e foi demitido sem a menor cerimônia no vestiário e agora serve?

 Mesmo podendo ser precipitado no meu juízo, feito no calor dos fatos, penso que os técnicos que o Coritiba teve depois do Marquinhos Santos foram de qualidade inferior, ainda que não seja ele um primor de treinador. Resta saber se terá ele condições, qualificação e tempo para consertar a situação que enfrentamos. 

Vamos esperar o que virá, mas os tempos são muito difíceis. Não sei até quando aguentaremos tantos desmandos. A mudança de técnico é medida que não pode ficar desacompanhada de outras vitais para recuperação do nosso clube.


domingo, 17 de agosto de 2014

A espinha dorsal de um defunto (reedição do texto escrito em 23 de dezembro de 2013)

Vou repetir aqui um texto que escrevi em dezembro do ano passado, não para me locupletar na base do "eu avisei",  mas para exprimir a minha perplexidade pelo fato de ser tudo tão óbvio e previsível, e, ainda assim, existir quem se esforce para não ver....


2013 foi um dos piores anos da história recente do Coritiba, dada a quantidades de vexames pelos quais passamos.

No regional, conseguimos perder pro Paraná Clube, em pleno Couto Pereira, e também pro sub porcaria do Atlético, em um estádio abandonado.

Na Copa do Brasil, fomos GOLEADOS pelo Nacional de MANAUS.

Na Sul Americana, perdemos AS DUAS pra um time amador da Colômbia e fomos eliminados de forma humilhante, vergonhosa, ainda mais se lembrarmos do discurso MENTIROSO de que a eliminação da Copa do Brasil havia sido “proposital”, para que pudéssemos concentrar forças no torneio continental.

No Brasileirão, escapamos do rebaixamento já na bacia das almas, na última rodada, jogando contra um adversário desinteressado, do qual os jogadores de ataque se colocavam em condição de impedimento várias e várias vezes, e saiam rindo, como se estivessem apenas brincando.

O fato é que Alex nos salvou no regional, com os gols da virada sobre o Atlético, na decisão, depois do FRANGAÇO do Vanderlei, e no Brasileirão, com os gols decisivos que anotou contra Fla, Flu e Botafogo, só pra citar alguns.

Em 2013 tivemos Alex, e seus 27 gols salvadores. E só. O resto foi tudo uma MER*A!

Fosse um time sério, o Coritiba estaria agora não falando em manter a base dessa desgraça de time que nos deu este ano humilhante, mas em reformular boa parte do elenco. Mas estamos tentando não apenas segurar o mesmo “time”, quanto piorar ainda mais o medíocre elenco que temos, ao especular o nome de um Zé Love da vida, mais um jogador ruim, que desde que deixou de receber as assistências de Neymar, no Santos, nunca mais conseguiu fazer gols, e passou a perambular por clubes da Europa, até, provavelmente, desembarcar em um clube em que sua ruindade se equivalha à de seus companheiros.

Não sei o que leva as pessoas a acreditar que mantendo o mesmo time teremos um futuro diferente da vergonha que foi este ano. Talvez seja a mesma cegueira estúpida que levou às bizarrices revolucionárias e coritibanistas, que nada mais foram que cortinas de fumaças que ajudaram a camuflar a nossa fragilidade. O FATO é que não dá pra sonhar com um 2014 DIFERENTE se fizermos tudo IGUAL a 2013.

Enquanto o mercado futebolístico se agita, o Coritiba segue chorando a sua miséria, contratando treinadores iniciantes e baratos, renovando com frangueiros e com velocistas que tentam aprender a jogar futebol, e procurando jogadores que aceitem jogar a primeira divisão a troco de banana. E tudo isso, novamente, com a anuência e os aplausos de um séquito de incautos que, ao que parece, cultuam o sofrimento e se enxergam como mártires.

Convém, pois, não jogar fora os discursos emotivos sobre a grandeza do Coritiba, nem sobre a injustiça para com a sua torcida apaixonada que “carrega o time nos braços”, pois eles serão necessários muito em breve. Está se oferecendo ao clube uma trégua da qual o clube não é merecedor, uma vez que ele sequer é capaz de sinalizar alguma mudança de postura, ou de emitir um sinal de que as coisas serão feitas de formas diferentes. E, se mantivermos a "espinha dorsal" daquilo que foi incapaz de nos erguer, certamente continuaremos a ser pisoteados, e humilhados.


segunda-feira, 14 de julho de 2014

Fim da Copa, fim de um sonho....



Hoje eu tô me sentindo meio órfão (e olhe q eu falo disso com conhecimento de causa...).


Não vou entrar no mérito da política, até mesmo pq eu achei acertadíssimas as decisões de trazer Copa e Olimpíadas para o Brasil.


Falo pelo q eu vi e vivi. Nunca me diverti tanto em um evento esportivo. Vi tudo funcionando muito bem. Era um sossego ir ao Maracanã, e saber q eu ia chegar e as filas estariam organizadas, meu lugarzinho marcado seria respeitado, e q eu não precisaria me preocupar com a Força Jovem do Vasco ou a Raça Rubro Negra do Flamengo, ou, pior ainda, com uma IAV da vida.


Lá dentro, o tempo voava, só de ver passar aquele monte de gente de tudo quanto é lugar do mundo e, à exceção dos argentinos ontem depois do final do jogo, todos sorrindo. Dei muitos abraços, conversei com muita gente, e suei de tanto explicar q não poderia dar a minha bandeira do Coxa como lembrança aos q me pediam.


Assisti a bons jogos, vi um desfile de craques de França, Bélgica, Argentina, Colômbia, Uruguai, Alemanha, Chile, etc, q eu nunca imaginei q veria ao vivo. E fui coroado com um golaço na decisão, depois de um jogo em q eu prendia a respiração a cada vez q a Argentina pegava na bola.


Fiquei "só" pelo Rio, mas pelo q li e ouvi, tudo funcionou bem nos outros lugares também.


Enfim, hj eu me sinto realmente triste, porque parece q tudo foi um sonho, uma vez que já acabou. E, quando lembro q o próximo jogo a q eu vou assistir é um Coritiba e Figueirense, com um Vanderlei ao invés de um Neuer, com um Robinho ao invés de um Messi, com um Wellington ao invés de um Boateng, me dá vontade de chorar....


E, a propósito, vi muita, mas muita gente, com a camisa do Coritiba ontem, no Maracanã. Até mesmo por isso, talvez tenha sido tudo um sonho, mesmo....

quarta-feira, 28 de maio de 2014

O que esse cara está fazendo lá???

                                          Foto: Rafael Ribeiro/CBF/Reprodução Gazeta do Povo

Quem é o maior responsável por um clube de futebol, se não o seu presidente?

Quem avaliza as contratações e, mais do que isso, escolhe quem irá providenciá-las?

Quem escolhe, contrata e demite os treinadores?

No caso do Coritiba, quem sempre posou como “grande administrador”, quem foi que prometeu colocar o clube entre os seis maiores do Brasil até 2013? E onde está essa pessoa agora, no período em que o clube atravessa uma das piores crises técnicas dos últimos tempos, caminhando a passos largos para o rebaixamento, do qual, aliás, conseguiu escapar nos últimos dois anos apenas na bacia das almas???

Não tenho a pretensão que meus sentimentos sejam comuns a outras pessoas, mas me enoja ver uma foto como a acima, em que o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, aparece vestido com os trajes da Seleção Brasileira de futebol, sentado ao lado de Carlos Alberto Parreira, com uma cara de que não está nem aí para o que acontece no mundo fora da Granja Comary, limitando-se a tentar resolver por telefone os imensos problemas pelos quais passa o Coritiba.

Será que é lá, junto à delegação brasileira, com a patética pose de “chefe”, que Vilson Ribeiro irá conseguir diminuir as constantes humilhações que o clube que ele dirige tem imposto à sua torcida?? Será que é pegando um telefone, ou culpando pessoas que já deixaram o Coritiba pelos erros que ele ajudou a cometer, que ele imagina que nós, torcedores, voltaremos a ter esperanças de que o desastre iminente não se consume??

Pois hoje, enquanto o Coritiba estiver no gramado contra o Criciúma, com um time desfigurado, desmotivado, desprovido da mínima condição técnica, enquanto sua torcida estiver a orar para que esses jogadores superem com a garra o que lhes falta de habilidade, Vilson Ribeiro de Andrade deverá estar bem distante, conversando sobre amenidades, ouvindo – de longe – a banda do rebaixamento do Coritiba passar tocando bem alto, sem no entanto esboçar qualquer sinal de preocupação, ou tomar qualquer atitude diferente de um inócuo telefonema para “cobrar” mudanças no clube do qual ele é o responsável.

É trágica a forma como a história se repete no Coritiba, de tempos em tempos, quando aparece um “salvador da pátria” para tirar o Coritiba de um buraco e enfia-lo em outro, mais fundo e escuro do que o anterior. E é de uma crueldade imensa o sofrimento que esses aventureiros, que nada trazem senão promessas, e nada deixam senão mais dores e humilhações, impõem àqueles que amam verdadeiramente o clube.

Caro presidente Vilson, de minha parte eu gostaria apenas de lhe dizer que nada há de me tirar o orgulho de ser Coxa Branca, e que a minha única “seleção” é o Coritiba, independentemente dos jogadores descompromissados e desqualificados a quem o senhor ousou entregar a nossa camisa. Saiba também que o senhor tem nos imposto uma humilhação que certamente é diretamente proporcional ao tamanho do seu ego, que sempre lhe impediu de admitir os seus erros, e que agora lhe faz abandonar o nosso clube à sua própria sorte, para que possas “desfilar” em um palco de um show que não nos diz nenhum respeito, e para o qual estão voltados lentes e câmeras, mas nenhum coração Alviverde.


Pois fique aí em Teresópolis para sempre, presidente Vilson, com os seus pares da mesma CBF que tanto mal já nos fez, e deixe-nos velar o Coritiba que o senhor colocou na UTI. Talvez assim, sem a sua presença inútil, consigamos ressuscitá-lo mais uma vez.

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mpopini@yahoo.com.br

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Jogando a toalha


Aos 9 minutos do segundo tempo do atle-tiba de ontem, Weverton, goleiro do Atlético, após fazer uma defesa, repôs precisa e rapidamente uma bola no lado esquerdo da defesa Coxa Branca, armando um bom contra ataque, que acabou parando nas mãos de Vanderlei, goleiro (?) do Coritiba. Este, por sua vez, andou com a bola nas mãos pra lá e pra cá, sem saber o que fazer com ela, até que colocou-a no chão e deu um chutão pra frente. A bola caiu direto nos pés do atleticanos que, na sequência do lance, marcaram o primeiro gol do jogo.

Tudo bem que até então o time do Coritiba não tinha demonstrado nenhuma vontade, nem a mínima capacidade técnica para estar vencendo o jogo. Mas o lance de Vanderlei é emblemático, posto que simboliza o quão perdido está o Coritiba, em todos os setores do clube.

Acho, porém, que nem cabem mais críticas aos jogadores do Coritiba. Eles são ruins, medíocres, mas nasceram assim. Um pouquinho de garra até poderia diminuir suas deficiências, mas não seria suficiente para esconder suas incompatibilidades com o futebol. Tenho comigo que existem dois culpados principais pela atual situação do time: quem contratou esse monte de peladeiros para vestirem a nossa camisa, e quem avalizou a contratação deles, elogiando-os em algum momento.

Nosso destino parece já estar traçado: com um time fraquíssimo, com um presidente que abandonou completamente o clube, depois de afundá-lo na lama, para dedicar-se à CBF, e com uma torcida que tolera e aplaude Vanderleis e Chicos da Vida, nosso rebaixamento é certo.

E, se em um momento crítico como o que atravessamos, ainda resolvemos poupar (???) o principal jogador do time, em mais uma "partida de seis pontos", contra o Criciúma, então ter esperanças é pedir pra sofrer mais, pois o próprio clube parece já ter jogado a toalha.

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mpopini@yahoo.com.br

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Vanderlei: jogador símbolo do Coritiba

E não é que o Coxa perdeu, em casa, para uma espécie de “Coxa C”, um time formado por um monte de refugos do próprio Coritiba (Patric, Renan Oliveira, Rodrigo Mancha, Leonardo)?

E perdeu jogando mal, muito mal. Tivesse o fraquíssimo Sport apenas um pouquinho mais de qualidade, e nem teríamos “dependido” de mais um falha da porcaria do Vanderlei, pra conseguir perder outro jogo daqueles de seis pontos, contra um adversário que certamente vai brigar conosco na parte baixa, bem baixa, da tabela.

Vanderlei é medíocre. Um goleiro fraco, que já protagonizou ajoelhadas patéticas, que sempre falha nos momentos decisivos, que não sabe sair do gol, que não sabe repor uma bola, que faz cera mesmo quando o time está perdendo. E mesmo assim, Vanderlei é titular absoluto do gol do Coritiba.

Pois está aí, em Vanderlei, a representação de toda a mediocridade que virou o Coritiba. Mediocridade resumida na tolerância da torcida para com um frangueiro, na lamentação ridícula pela ausência de um Robinho da vida, nos aplausos pela escolha do presidente do clube para “chefiar” a delegação (??) brasileira na Copa, enquanto nosso time afunda na lama.

Confesso, porém, que a vinda de Celso Roth chegou a me fazer abandonar, ainda que por poucos instantes, a política pessoal de tolerância zero, que adotei de 2009 pra cá. Esqueci-me, porém, que qualquer técnico com um pouco mais de experiência certamente conseguiria arrumar melhor o time que os últimos dois aspirantes que passaram pelo comando do time. Ocorre que apenas organização tática não adianta, ainda mais em um time formado por um bando de pernas de paus, e que tem em um pereba como Zé Love as esperanças de gol.

E assim, com um time ridículo, que começa por um frangueiro e termina com um pereba, e do qual apenas três ou quatro jogadores tem um bom nível (eu citaria Lucas Claro, Carlinhos, Leandro Almeida e Alex), eis que continuamos a caminhar em direção ao abismo, com um esforço enorme para finalmente conseguirmos este ano o que nos esforçamos para conseguir nos últimos dois campeonatos nacionais. E, se nem do Coxa C conseguimos ganhar, e em casa, não vejo como não terminarmos o ano rebaixados.


Mas, pra que se preocupar, né? O nosso puxadinho elitizante está quase pronto, e temos o preparador físico e o treinador de goleiros (quanta ironia!) da Seleção Brasileira. Isso sem contar o engravatado do nosso presidente, agora um aliado daquela mesma CBF que tanto nos prejudicou em nossa história. Então, pra que dar bola aos frangos do ridículo Vanderlei, que escancaram a perspectiva de um 2014 tão sofrido quanto 2012 e 2013??? Ou talvez até não, porque, a continuar assim, estaremos rebaixados bem antes do final do segundo turno.

Uma derrota como essa, para um time tão fraco quanto esse Sport, e que se segue a um empate com o lanterna do campeonato, a outro empate em casa contra um Santos sem meio time, e a um lampejo de garra que nos deu apenas outro empate contra o São Paulo, não pode ser encarada como normal. E basta olhar o elenco e perceber nele a ausência de alguém que possa mudar esse cenário desolador, para ter a certeza de que Celso Roth, sozinho, nada poderá fazer, ainda mais se continuar se mostrando tolerante com tanta mediocridade, da qual Vanderlei é a quintessência.

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