domingo, 27 de outubro de 2013

Entrevista com o capitão Alex

Ao tomar ciência da matéria irresponsável divulgada por um portal de notícias de Curitiba, que dizia que Alex já estava "de malas prontas" para deixar o Coritiba, entrei em contato com o capitão coritibano, e aproveitei para pedir-lhe para responder algumas perguntas a serem publicadas no site Opinião Coxa, que eu enviaria via e-mail, no que fui pronta e gentilmente atendido.

Reproduzo aqui, então, as respostas de Alex, enviadas ainda antes da partida contra o Grêmio, e deixo um agradecimento a ele, pela sua dedicação para com as nossas cores alviverdes.


1- Neste seu primeiro ano do retorno ao Coritiba, o que lhe surpreendeu, positiva e negativamente?

R: positivamente o que mais me chamou a atenção foi a vontade de todos os que gostam do clube estarem com o mesmo proposito de fazer o clube crescer e evoluir. Negativamente, que o clube não consegue desenvolver na pratica as ideias de crescimento.  Porque todos sabemos que o clube possui potencial para tal.


2- Em termos de grandeza, em que nível você colocaria o Coritiba e o que você acha que falta para o Coritiba crescer definitiva e perenemente?

R: acredito que somos um time médio, mas com bom potencial de crescimento, e explico porque penso assim: não temos cota alta de TV; não temos ainda um plano de sócios que agrade a grande maioria, existe o sistema de associados mas que é muito discutido ainda; temos uma imprensa que não nos ajuda em nada; ainda perdemos disputas por jogadores para clubes do mesmo padrão; temos uma situação autofágica em acreditar que não temos possibilidades de melhoras, mesmo com muitos acreditando no potencial do clube.

O principal ponto em minha concepção é a de não termos uma filosofia. O que somos!? O que podemos!? Como fazer!?

Cheguei ao clube em 1987 e até hoje não sei se somos formadores, vendedores, compradores.
Futebol alem da paixão é um negocio, e não sabemos(eu pelo menos não sei) qual é nossa filosofia.


3- Onde o Coritiba errou em 2013 para, mais uma vez, estarmos “apenas” brigando para não sermos rebaixados?

R: errou ao montar um grupo desequilibrado. Errou na composição do elenco. Temos vários exemplos disso que estou falando, e pagamos por isso ao longo do ano. Temos 5 laterais do lado esquerdo, temos um na direita. Não temos nenhum jogador de velocidade.


4- Esse seu retorno ao futebol brasileiro tem sido marcado por declarações fortes, que geram muita polêmica (como nos casos sobre a Rede Globo/CBF e a recente entrevista para a revista Placar, em que se tocou até no assunto homofobia). Essa sua sinceridade nas entrevistas, ainda que possa vir a mudar algo no futuro, em um primeiro momento não seriam prejudiciais ao Coritiba, pelo fato de você estar em plena atividade, ligado ao clube, e à medida em que envolvem assuntos tão polêmicos e que mexem com tantos segmentos do esporte e da sociedade?

R: por que prejudicaria ao clube eu constatar um fato? eu não critiquei a Globo! Só disse o que todos nós sabemos: ela paga as cotas dos clubes e a CBF organiza e centraliza a competição. Disse que não gosto dos jogos as 21:45. Isso na minha opinião não é critica, é uma constatação, e disse que pra mim que jogo já é difícil, imagina para o torcedor que tem que ir ao estádio. Não vejo como crítica e também não vejo relação nenhuma com o clube, mesmo eu sendo parte do clube. Nas outras situações respondo as perguntas que me fazem, sem atacar ninguém,sem agredir ninguém. Não sou formador de opinião, e como qualquer outro cidadão tenho minhas opiniões, e desde que elas sejam respeitosas, mesmo com muitos não concordando eu vou emiti-las.


5- Um portal informativo de Curitiba juntou um monte de frases suas, ditas (?) em diversos momentos, para afirmar que suas “malas já estão prontas” para sua saída do Coritiba, ao final deste ano. Suposições à parte, existe mesmo a possibilidade de você rescindir antes o contrato de dois anos assinado com o Coritiba?

R: foram infelizes e irresponsáveis. Pegaram um trecho da entrevista na revista placar e montaram uma matéria. Eu tenho contrato e realmente pretendo cumpri-lo.


6- Passa pela cabeça de um jogador de futebol, e de um ídolo mais propriamente, que a pouca presença de público nos estádios pode ser motivada mais pela tristeza advinda de seguidas frustrações, do preço dos ingressos, de frases que saem na imprensa, da desilusão com os dirigentes que raramente cumprem o que prometem, e não apenas da falta de vontade de apoiar o clube do seu coração?

R: passa muita coisa em minha cabeça. Entendo todos os sentimentos dos torcedores. As desilusões, as alegrias, a fúria com promessas não cumpridas, a falta de título, a dificuldade de chegar ao estádio, a infra estrutura, uma outra opção. Até mesmo porque antes de jogador eu sou torcedor do COXA. Eu só acho que o clube está acima de tudo isso que foi citado. O que penso é que devemos inserir o Coxa no nosso dia a dia, e sei que muitos fazem isso. 

Mas, sinceramente, como jogador de futebol tem sido uma experiência rica pra mim. Fiquei feliz, fiquei triste, emocionei-me, chateei-me. Vivi emoções diferentes das que vivi em outros clubes devido aqui ser o clube que torço, onde cresci, onde aprendi, onde me deu a chance de formar minha família e ganhar o que tenho hoje. Mas acredito que cada Coxa Branca tenha um porque do apoio total ou não. É uma discussão ampla. E quando falo do potencial do clube, passa principalmente por nós, torcedores, mesmo sabendo que existem vários sentimentos enraizados já em nós.


7- A torcida Coxa Branca hoje, a meu ver, é uma torcida traumatizada, ferida, insegura, que tem medo de se entregar totalmente e novamente ser judiada por jogadores que não conhecem a sua devoção e por dirigentes que ignoram essa devoção. Ainda assim, tem a 7ª maior média de público nos estádios, este ano. Como essa torcida poderia ser completamente “reconquistada” pelo clube?

R: imagino que o clube sendo sincero com ela e criando uma filosofia de fato. Aí essa reconquista pode acontecer.


8- Você tem jogado machucado? Caso a resposta seja sim, além da obviedade da situação difícil pela qual passamos, por que mais você faz isso? Em um exercício de imaginação, um jogador “não torcedor” do clube pelo qual joga faria isso também?

R: tô machucado sim. Normalmente teria que parar por um mês, no minimo. Talvez me dê até problemas no futuro, mas faço para tentar ajudar. Faço, mesmo com dificuldades, porque acho que posso ajudar. Tentei ir conta o Vitoria, não deu; fui contra a Ponte sem a condição, fomos infelizes, porque mesmo nessa condição fui razoável, e numa bola com o Robinho e outra com o Bill, em passes meus, poderíamos ter um outro resultado. 

Com o Cruzeiro, mais uma vez; será contra o Grêmio e assim por diante. Luxei o dedo minimo contra o Flamengo. Fiquei de fora contra o Atlético e voltei contra o Santos. Teve um lance pesado que tive uma torção do tornozelo muito forte no pé contrário, então ter estabilidade de giro, de mudança de velocidade, de pé de apoio, é realmente muito difícil e doloroso, mas vou continuar tentando. Em relação a outros jogadores, já vi varias vezes alguns fazerem algo parecido.


9- Quando você estreou pelo clube em 1995, jogando um Atletiba, o Carpegiani acreditou que sua idade não seria impeditivo. Você acredita que o clube deveria dar mais oportunidade aos garotos da base?

R: eu subi ao acaso. Não teve planos para que eu e o restante daquela geração subisse. Entra na filosofia que falei. Não tinha em 1995, e hoje também não tem.


10- O que você espera conquistar ainda na sua carreira, pelo futebol, e pelo Coritiba?

R: títulos!! Mas para vencer a primeira situação que tem que existir é uma equipe competitiva. É o que eu espero.


11- Por onde você acha que deveria começar a "mentalidade vencedora" que que você disse que gostaria de ver no Coritiba?

- pelos dirigentes, que deveriam montar um bom time capaz de ganhar títulos?
- pelo elenco, que deveria jogar por sua vida e seu futuro além de valorizar o clube que os contratou?
- pela torcida, que deveria apoiar e incentivar incondicionalmente durante os 90 minutos, independentemente do rendimento do time em campo e dos resultados alcançados?

R: todos esses fatores são importantes. Acredito que a locomotiva do clube seja a sinceridade de sabermos realmente como esta o clube. Aí passa pela diretoria, elenco e o torcedor. Ninguém caminha sozinho. Se a diretoria estiver longe do pessoal do futebol, a coisa não funciona. Se o torcedor não está integrado com o clube, também não funciona. Se o time vai a campo e o torcedor não está gostando do que vê, também não vai funcionar. Todo time campeão tem problemas também. Mas eles diminuem porque a diretoria passa situações que o torcedor acredita, os jogadores acreditam, e abraçam a ideia do clube. 

O torcedor, quando a coisa não está boa no campo, incentiva, cobra, xinga, porque acredita que aquele time pode ser cobrado para tal, e não porque não esta gostando do que está vendo...na minha opinião andamos de mãos dadas. Do presidente, passando pela diretoria, chegando no futebol, indo para arquibancada. Ou ao contrario, da arquibancada para o campo, dos jogadores para a diretoria e o presidente. Mas na minha opinião o ponto principal e saber em que situação o clube está, onde pode chegar, e todos remarem para o mesmo lado.


sábado, 26 de outubro de 2013

A fala do Alex.

Por Felipe Rauen

Transcrevo, entre perplexo e entristecido, parte da matéria constante do portal Paraná-Online de hoje, edição virtual do jornal Tribuna do Paraná, onde é reproduzida entrevista dada pelo Alex à revista Placar, com o título:

“Alex está de malas prontas para deixar o Coritiba em 2014”.

Até ai só nos caberia lamentar a notícia, em especial porque o Alex disse ter voltado ao Coritiba por opção e amor, em que pese ainda não tenha nos dado o retorno que esperávamos. Mas ainda assim ele tem o direito de procurar o que lhe parecer melhor, trocando o amor velho por um novo.

Mas o que me espantou foi ler as declarações que constam no corpo da matéria:

“Não devia e continuo não devendo (nada ao clube). O Coritiba me deu a oportunidade quando eu era criança, de poder crescer nas categorias de base, me profissionalizar e seguir minha vida como atleta profissional. “Mas não tenho dívida nenhuma”, repete sempre”.

E adiante:

“O Coritiba é um time de médio para pequeno que só ganhou no meu desejo de retornar e ir ajeitando minha vida pós-futebol.”

Além disso, na mesma revista de circulação nacional mostra frustração com a torcida alviverde. “Quando voltei ao Coritiba, eu estava iludido que o torcedor poderia comparecer.... Nós ficamos invictos por dez jogos (no início do Brasileiro), nosso time jogando bem e o estádio não enchia”.

Em outra matéria, Alex diz ser contrário à homofobia e ao “politicamente correto”, encerrando a entrevista com a afirmação: “No futebol, a gente tem de exigir do jogador o rendimento em campo. Se ele é bonzinho, bêbado, veado ou bate na mulher, pra mim pouco importa.”.

Sem dúvida que o desempenho em campo é o que importa, não podendo haver qualquer descriminação por opção sexual. Mas como entender o paradoxo, entre o Alex pensar que é contrário à homofobia, mas que pouco se importa se o companheiro é “bêbado” ou “bate na mulher”?

Ora, o alcoolismo – não que não seja salutar tomar um bom vinho ou uma cerveja vinho de vez em quando – se excessivo é danoso, especialmente para um atleta. E um bom colega, que deseja ser líder, deveria procurar mostrar ao companheiro que aponta como “bêbado” que a prática poderá destruir a sua carreira.

Mas e quanto a “bater em mulher”. Pouco se importa o Alex? Em que mundo ele vive? Só falta dizer como na anacrônica piada jurídica quanto a bater na mulher seria “exercício regular de direito”... Cuidado, não se espante se uma entidade feminista reaja ante tamanha bobagem (não exagero em dizer que é “bobagem”, pois quem diz o que quer ouve o que não quer).

Ora, ora, Alex. Dizer que o peixe morre pela boca é pouco.

Quer sair do Coritiba? Pois é livre para fazê-lo embora sempre tivéssemos a esperança de que com você voltando a ser o que foi pudéssemos crescer. Sabemos que não é culpa tua encontrar um elenco fraco ara ser coadjuvante. Mas sair atirando pedras, afirmando que o Coritiba é um time de pequeno para médio e que nada lhe deve? Provavelmente por enquanto somos no máximo médios e provavelmente o clube nada lhe deve em termos pecuniários. Mas e o despertar para o mundo do futebol que o clube lhe propiciou? E a paixão que a torcida sempre teve por você? Isso não mereceria algum reconhecimento, ou pelo menos que saísse quieto e sem demonstrar rancor?

Quanto à presença da torcida no estádio, que você entende como baixa mesmo quando estivemos entre os primeiros do campeonato, chamo a atenção para os números estatísticos. O Coritiba, clube de pequeno a médio como você diz, ainda mantém, em que pese o mau momento, a sétima melhor média de público do campeonato (sétima não é posição de pequeno a médio, salvo se médios e grandes fossem somente os seis primeiros). Não tenha dúvida, Alex, que, não ocorresse a debacle que aconteceu com o time a partir de agosto, o nosso estádio estaria recebendo sempre melhores públicos e a média seria maior ainda. Mas você não acha que um time que perde para o desconhecido Itagui pode trazer incentivo à torcida para que compareça? E você não percebeu que em todo o Brasil é assim, com as tais arenas vazias mesmo em jogos importantes? É uma questão do futebol brasileiro e não apenas do Coritiba.

A linha que separa a sinceridade exagerada e a grosseria é tênue. Há que ter bom senso e não sair a falar por aí tudo o que pensa. Se todos agissem assim, a sociedade seria extremamente conflituosa e as pessoas machucariam umas às outras.

Afinal não é a toa que nascemos com dois ouvidos e apenas uma boca. E que os antigos diziam “se o falar é prata, o calar é ouro”.

Mudando e não mudando de assunto, a propósito da coluna que postei ontem no meio da tarde, registro, por uma questão de transparência e justiça, que o Coritiba emitiu, também ontem, nota pública em seu portal nos seguintes termos (da qual só fui tomar conhecimento ao final do dia):

“O Coritiba vem, por meio desta nota, esclarecer a toda a nação coxa-branca que a matéria publicada no caderno de esportes da Gazeta do Povo, na edição de hoje, especialmente a manchete “Abandono dos sócios irrita presidente do Coritiba”, não reflete a verdade. A preocupação do presidente manifestada na entrevista, em relação ao aumento da inadimplência dos sócios do clube, em jogos de maus resultados, foi usada de maneira distorcida pelo jornal. O Coritiba reafirma a sua confiança em seu quadro social, que honra a história do clube, e é a sua razão de ser”.

Que bom que é assim, mas melhor seria que o desmentido não se limitasse a uma nota no sítio coritibano, acessado por poucos, mas fosse levada aos meios de comunicação em geral.

Será que o Alex fará um desmentido, ainda antes do jogo de amanhã? Temo que, se persistir sem negativa, o clima no estádio amanhã, envolvendo torcida e o time - especialmente você, Alex - não será dos melhores. E será que, se houver, a negativa será clara e peremptória?

Aguardemos.


sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Sócios de resultados.

Por: Felipe Rauen

O presidente Vilson Ribeiro de Andrade usou dos meios de comunicação, ontem, para se queixar de parcela da torcida do Coritiba, associada ao clube, que aos poucos tem deixado de pagar as mensalidades, de modo a que já se atinja o número de 5.000 inadimplentes, restando 22.000 sócios fiéis.

Nunca fui “sócio de resultado”, assim como milhares de coritibanos não o são e nem o foram, tanto que a expressiva maioria continua adimplente conforme o próprio presidente afirma. Pago um plano de custo médio, uma vez que, em razão de condições pessoais pouco posso ir a Curitiba assistir aos jogos no estádio, mas sempre o faço quitando a anuidade de uma vez só tão logo recebo o boleto bancário. Também banquei a inclusão do meu filho e de um cunhado como sócios-torcedores. Mas não quero me dar como exemplo, é só uma referência. Milhares de outros coritibanos agem assim, dentre eles o Alvaro Augusto da Rosa, sempre presente nos comentários neste portal e em outros, que paga anualmente, à vista, como sócio do setor de cadeiras, por três delas. Claro que cada um participa conforme suas possibilidades, todos contribuindo para o clube que amam, não importando se na mais cara ou na mais barata categoria.

Penso, porém, que a inadimplência de 1/5 dos associados de que se queixa o presidente decorre de alguns fatores.

O primeiro certamente é o que o presidente Vilson apontou, quando “atirou no que viu e acertou no que não viu”. Há, realmente,  torcedores que deixam de pagar porque os resultados em campo são ruins (e em consequência se sentem desestimulados a ir aos jogos e com tal ação obter retorno do que pagou) e também há muitos que assim agem porque não gostam da forma como o seu dinheiro foi ou está sendo empregado – as desqualificadas contratações do sr. Ximenes são o fator mais marcante neste contexto, parece-me. Isso certamente ocorre com qualquer time de futebol, não é exclusividade do Coritiba.

Por outro lado, não se pode esquecer que a inadimplência vem se agravando em muitos setores da economia nacional, em face da perda do poder de compra dos salários, refletindo-se a contenção de gastos pessoais de alguns nas despesas que acham momentaneamente dispensáveis.

Por isto, embora não me perfile com os que deixam de pagar as mensalidades quando poderiam fazê-lo, compreendo os que assim agiram por dificuldades financeiras (talvez a minoria) ou os que se sentem desestimulados por verem o time ir mal e desperdiçar dinheiro com más contratações (provavelmente a maioria). Entreguem ao torcedor um bom time, tal como ocorreu em 2011 e em parte de 2012, não desperdicem dinheiro em contratações como, por exemplo, as do Iberbia e tantos outros, e vejam se o quadro associativo não voltará a crescer e a gerar adimplemento das mensalidades. 

Mas penso que o presidente Vilson, ao mesmo tempo em que se queixa de que 1/5 dos associados está inadimplente, deveria louvar os que permanecem em dia com suas mensalidades, pela fidelidade que mantêm mesmo nos momentos ruins ou sentindo o seu dinheiro mal usado. Comparar o lado positivo com o negativo gera muito mais resultados do que limitar-se a reclamações.

Mudando radicalmente de assunto e ingressando no terreno pessoal e familiar, peço licença aos amigos para prestar uma homenagem ao meu pai que, se vivo estivesse, no domingo estaria completando 98 anos de idade (faleceu aos 94). Foi ele quem me ensinou, dentre outras coisas, a ser um coxa-branca fiel. Lembro-me até hoje do dia que, em 1955, morando na casa dos meus avós, na rua Maria Clara – de onde podia sentir “o cheiro” do então Belfort Duarte – fui levado para ver o Coritiba vencer ao então Ferroviário. Espero que domingo o Coritiba o presenteie com uma convincente vitória sobre o Grêmio.


A "era" Ibérbia

Hoje voltamos à rotina de abrir os jornais e ler sobre mais um fracasso do Coritiba.

Muito embora a derrocada na Copa Sul Americana não tenha sido surpresa alguma, posto que os caras que viajaram para a Colômbia, e para quem deram a camisa do Coxa para jogar, nem de jogadores de futebol podem ser chamados.

Mas a derrota de ontem foi emblemática, por simbolizar tudo que de errado tem sido feito no clube nos últimos dois anos, em relação ao nível dos jogadores que foram contratados. Um, particularmente, representa toda a mediocridade e a incompetência de quem o trouxe para o Coritiba: Raul Iberbia.

Felipe Ximenes costumava afirmar que os jogadores só eram trazido para o Coxa depois de meses de observação. Pois se Iberbia foi observado por meses, e mesmo assim foi contratado, não há prova maior, mais real e mais palpável da inaptidão de Felipe Ximenes em montar um elenco de futebol.

Hoje, Ximenes nem no clube está mais. Foi-se embora. Muito tardiamente, entretanto. O legado que ele nos deixou ainda há de nos assombrar por muito tempo. Os poucos acertos que ele teve, em termos de contratações, já estão bem longe do clube. Mas os muitos erros ainda ficarão conosco por muito tempo, pois têm longos contratos, como os caso de Anderson Aquino e Chico, só para exemplificar.

Tivesse alguma vergonha na cara, o Coxa esqueceria na Colômbia o time que jogou ontem. Deixaria lá, para sempre, e para serem esquecidos, todos os que ousaram vestir a nossa camisa ontem, exceção apenas feita a Keirrison, talvez.

Sim, a Copa Sul Americana não era "prioridade". Mas o nome do Coritiba esteve em jogo. E, mais uma vez, foi jogado na lama. Consequência da herança maldita deixada pela incapacidade de Felipe Ximenes, e pela soberba de quem entregou a ele as chaves do clube, o "nosso" presidente Vilson Ribeiro de Andrade, que tirou a máscara de salvador da pátria e se revelou como mais um algoz de nossas esperanças em ver o Coritiba atuando com o MÍNIMO de dignidade nos campeonatos que disputa.

Vilson Ribeiro que, aliás, voltou aos jornais para reclamar da torcida mais uma vez, criticando o "abandono" dos sócios em mais um momento delicado do clube. Mais uma declaração extemporânea, equivocada e inconsequente. Presidente, será que passou pela sua cabeça que talvez a torcida esteja se cansando de ser humilhada, ou esteja farta de ter que arcar com as consequências de tantos erros tantas vezes repetidos, bem como de ser sempre chamada para tentar afrouxar a corda que os senhores mesmos colocaram no pescoço do clube, ao nos darem jogadores sem a mínima condição técnica?

E o que nos resta depois de mais um vexame: NADA, a não ser voltar as atenções à nossa delicadíssima situação no Campeonato Brasileiro, onde estamos a repetir o máximo a que podemos almejar, ano após ano, a despeito das promessas mentirosas feitas pelos nossos dirigentes, cujos nomes mudam mas as práticas permanecem as mesmas: fugir de mais um rebaixamento. Que ao menos nisso nós tenhamos "sucesso".


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Amor ou fanatismo?

Por: Felipe Rauen

Se há discussão que aparentemente nunca chegará ao fim, é sobre saber com exatidão qual clube de futebol tem realmente a maior torcida no Estado do Paraná. Os resultados dos institutos de pesquisas, nos últimos anos, por vezes têm indicado que o primeiro lugar caberia ao atlético, uma vez que com boas estratégias de marketing e abrigo amigo junto a alguns meios de comunicação, nos últimos quinze anos ocorreu um “modismo” entre quem não se importava com futebol de modo que, indagados, costumam responder que “torcem” para o rival, muitos tanto quanto quem não acompanha minimamente o futebol, diz que apenas torce pelo Brasil na Copa do Mundo.

Esta é a realidade, embora não se possa negar que eles têm uma forte torcida, o modismo levou a que nos últimos anos uma parte da população local respondesse às pesquisas dizendo ser torcedora do atlético, quando na verdade torce para eles tanto quanto para o cantor ou o ator do momento midiático. O povo “vai na onda”, basta ver que a cada verão há uma música de sucesso que logo em seguida é esquecida. Assim se conduzem as massas, especialmente as pessoas influenciáveis e sem princípios sólidos: se a mídia diz que muitos gostam, eu também devo gostar; se a mídia diz que é bom, eu aceito e quero o produto; se a mídia “maquia” bem um candidato a cargo público, eu voto nele; se a mídia diz que tal time é o da moda, vou dizer que sou torcedor dele para “não ficar por fora”, mesmo não sabendo nada sobre o clube, talvez no máximo as cores da camisa.

Mas esse pseudo torcedor não interessa, podem ficar com eles, assim como os se dizentes paranaenses que torcem por times paulistas (é uma falta de identidade com a sua terra natal inconcebível). Torcedor mesmo é aquele que frequenta os estádios, que se associa ao clube, que conhece pelo menos parte de sua história e não abandona jamais o time mesmo na adversidade. Torcedor mesmo é aquele que, ainda que com difícil condição financeira, procura se associar nos planos mais baratos, vai ao estádio e usa a camisa do clube com orgulho.

Qual torcida de clube de futebol no Brasil passaria o que passamos em 2.009, e mesmo assim acompanharia todos os jogos ainda que três quartos deles em locais distantes? Qual torcida passou o que passamos nos anos 1990 e se manteve fiel? Qual torcida teria um adepto sendo levado ao estádio de maca, como foi mostrado em uma transmissão recente (lamento, esqueci em que jogo foi). Qual torcida sabe fazer tamanha festa nas arquibancadas, vestindo a camisa do clube e gritando e cantando, embora exigindo e reclamando, com todo o direito, nos maus momentos? Qual o clube paranaense, afora o Coritiba, que seguramente quase todos os anos – descontado 2.009 por razões óbvias – tem as maiores médias de público nos estádios, inclusive no campeonato brasileiro no qual, neste ano, em que pese o mau desempenho que espero logo revertamos, estamos em nada menos do que na sétima colocação de público presente aos estádios?

Por isso, não me impressionou recente pesquisa que colocou a nossa torcida como “menos fanática” do que a deles. Fanatismo não é sinônimo de amor. Pode gerar amor e ódio com a mesma intensidade. Mais significativo do que fanatismo é amor incondicional, espírito crítico quando o time não está bem, e apoio quando ele mais precisa. Dividimo-nos entre otimistas (alguns deslumbrados ou cegos), pessimistas (alguns sistemáticos) e realistas, mas cada um ao seu modo é torcedor incondicional e quer o bem do Coritiba.

Só o Coritiba é assim, meus amigos. O Coritiba não tem na sua torcida simples adeptos, meros simpatizantes ou aderentes por moda. Fanáticos, no bom sentido, os tem, sem dúvida. Quem torce pelo Coritiba o faz como ato de fé, de devoção e de amor. Para quem vê a afinidade e afeto entre o torcedor e nosso clube de longe, talvez a relação seja inexplicável, mas amor incondicional realmente não se explica. Se vive.

É diferente de fanatismo, sentimento muitas vezes irracional.


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Momento mágico

O dia hoje amanheceu diferente. Não porque o Coritiba venceu o Cruzeiro, ontem, mas porque fez isso demonstrando ter alma.

Não foi uma vitória comum. Não por ter sido sobre o líder disparado do campeonato, posto que o Brasileirão 2013, pra mim, está se configurando como um dos que apresentou o nível técnico mais baixo dos últimos anos (basta lembrar que apenas ter boas condições físicas já é suficiente para um elenco de segunda divisão, de um time que nem estádio tem, estar folgadamente inserido na zona de classificação à Libertadores).

Mas a diferença na vitória de ontem está na magia que ela encerrou. As lágrimas de Keirrison foram como que um bálsamo para a alma de todos os Coxas Brancas. Confesso que ao ver o choro do "menino", me emocionei como há tempos não o fazia, por conta do Coritiba.

Nós, torcedores, no nosso mundinho de ilusão, onde  colocamos o nosso time sempre como o maior de todos, sonhamos com histórias assim. Histórias de superação, de luta. Assim como Keirrison, o Coritiba podia ter desistido de tudo, tamanhas as dificuldades encontradas pelo caminho. Suas seguidas contusões eram como as seguidas debacles do time. Uma rotina de cair e levantar, que parecia não ter fim.

Pois ontem Keirrison se ergueu,  carregou consigo o Coritiba, e deu início a um novo capítulo na vida de ambos. Um capítulo de um livro que ainda está longe do fim, mas que agora  conta com um elemento até então ausente nessa história: a alma, princípio imaterial da vida, do pensamento e da ação. Alma, do latim animu, que significa "o que anima".

Mas ainda há páginas a escrever nesse livro. Pois as dificuldades não se foram. Keirrison precisa jogar mais, e o Coritiba precisa ganhar mais. Seria um erro fatal caracterizar a magia do momento de ontem como o fim da história. Mas tanto Keirrison, como o Coritiba, têm agora aquilo que costuma culminar em finais felizes: a vontade de vencer.


domingo, 20 de outubro de 2013

O momento em que ganhamos o jogo.

Por: Felipe Rauen

Amigos, hoje nós demos um pequeno grande passo. A aparente contradição – pequeno e grande? - da afirmação tem explicação. Foi um grande passo porque vencemos convincentemente o melhor time do campeonato. Jogamos uma boa partida, dentro das nossas possibilidades, é certo, com alguns destaques individuais como foram os casos de Carlinhos, Lucas Claro e Willian. Mas lembrando do que dizia velho Ênio Andrade a cada fase que os seus times avançavam, ainda não ganhamos nada. Foi um passo para subir dois degraus e fazer com que respiremos aliviados, com esperanças de que assim seja até o final e que não haja nenhuma recaída.

A apresentação de hoje trouxe alguns aspectos positivos e quero destacar dois. Primeiro, o time mostrou que sabe dos seus limites e dentro deles tem que jogar. Ressaltar as virtudes de um time ou de alguns dos seus jogadores é sempre positivo, mas ao mesmo tempo deve-se saber dos seus limites e fragilidades para procurar superá-los. Depois, ficou afastado aquele conceito de que o Coritiba depende do Alex e que o time estava indo mal porque ele também não se apresentava a contento. Hoje o Alex quase que não participou do jogo, não fez nenhuma das jogadas com as quais já encantou o Brasil e o mundo, mas mesmo assim o Coritiba foi uma equipe, na estrita concepção do termo. Se o time continuar assim, e se o Alex voltar a fazer o que sabe, penso que o caminho do rebaixamento certamente poderá ser evitado.

Mas não podemos nos descuidar. A tabela é difícil, jogaremos contra quatro grandes equipes (Grêmio, Corinthians, Internacional e Botafogo) e com os demais que disputam conosco o afastamento da zona de rebaixamento (Vasco, Portuguesa, Criciúma e São Paulo, três deles fora de casa).

O espírito que dominou o time hoje deve estar presente em todos os jogos que faltam. Ultrapassar o fantasma do rebaixamento não será nenhum grande feito, mas apenas alívio. Como quase tudo o que conquistamos é de modo dramático e com dificuldades, espero e confio que escaparemos e que a direção verá, se é que já não viu, que para um dia chegar até onde a torcida espera precisa qualificar desde a comissão técnica (em sentido amplo) até o elenco, neste incluindo, além de alguns craques, outro tanto de Homens (é com H maiúsculo mesmo), todos a serem buscados por profissional que efetivamente saiba procurá-los e encontrá-los.

Porém, vou deixar de lado análises frias realistas, para dizer o que penso sobre o momento em que ganhamos o jogo. Foi o gol do Keirrison, certamente talvez vocês já devam estar dizendo. Seria uma obviedade.

Pois penso que o momento em que ganhamos o jogo foi aquele quando o autofalante do estádio anunciou a entrada do menino (sim, é um menino, seja na idade, na expressão do rosto ou no modo de falar). Ali, a partida estava fatalmente ganha. O destino, que premia aos audazes, tinha traçado que ganharíamos com um único lance efetivo do Keirrison, bastava ele entrar no jogo. A bola, como dizia o saudoso Nelson Rodrigues, “tem um instinto clarividente e infalível que a faz encontrar e acompanhar o verdadeiro craque”. Ou, como dizemos todos nós que já demos nossos chutes, “a bola procura do craque”. Assim, quando o Carlinhos – que se for o que mostrou hoje talvez resolva nosso problema na ala esquerda – cruzou magnificamente a bola para a área, ela procurou a cabeça do craque. Não foi o Keirrison quem procurou pela bola. Ela sim, que resolveu premiá-lo pelo esforço que tem feito para voltar a ser o nosso artilheiro e decidiu ir ao seu encontro como que para ser possuída por ele. Era um momento dramático para o Coritiba, quando o empate se mostrava muito perigoso e uma derrota poderia ser fatal, e o encontro, guardado pelo destino, entre a bola e a cabeça do Keirrison tudo mudou.


Bem vindo, Keirrison. Estávamos te aguardando com ansiedade e enxugamos as mesmas lágrimas que demonstraram a tua emoção.  


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Sobre dor e esperança

Albert Camus dizia que "toda a infelicidade dos homens nasce da esperança".

Pois a  torcida Coxa Branca tem medo de ter esperanças. Sempre que nos apegamos a ela, como último recurso, só restaram lágrimas de tristeza, e muita dor.

Mas o que nos resta, então? Desistir?

Se levarmos em consideração que a salvação do Coritiba não depende de nós, torcedores, sim, talvez desistir seja o melhor a fazer, para abreviar a nossa dor. Pois fossem o nosso amor e nossa devoção por esse clube capazes de ditar o que acontece com o time, seríamos campeões de tudo o que disputássemos.

Mas a salvação do Coritiba depende, agora, só dos seus jogadores. E acho que poucos são os jogadores de futebol que têm um coração, não aquele que bate, mas aquele que ama.

Mas e se contra o Cruzeiro a torcida encher o Couto Pereira e, quando os jogadores alviverdes entrarem em campo, emprestar a eles os seus corações?

Sim, eu sei que já tentamos isso. Também sei que eu mesmo cansei de escrever que não há grito de apoio que ensine os jogadores  a fazerem o que eles não sabem fazer. Mas o caso é que só temos duas alternativas: ou vamos pra casa [continuar  a] chorar a morte do Coritiba (que fará falta sim, até para aqueles que acham que conseguirão viver sem ele!), ou vamos para o Couto Pereira, gritar e torcer como se fosse a última vez que estaríamos vendo o time que amamos.

Não sei como terminar este texto, pois eu me sinto impotente e pequeno diante da derrocada do clube que é dono do meu coração (aquele coração que ama, não o que pulsa). Terei que pegar um gancho, então, e novamente, em um pensamento, agora emprestado por um neurologista e antropólogo italiano, Paolo Mantegazza:

"A esperança é a poesia da dor, é a promessa eternamente suspensa diante dos olhos que choram e do coração que padece."

E assim, mesmo com dor e com lágrimas, o coração (aquele que ama) fala mais alto, e escolho então a esperança de ainda poder ver o Coritiba lutando, para que o meu amanhã não perca também o sentido.

O visionário e o legado do mal!

Por: Cláudio Réus

Vilson Ribeiro de Andrade se auto intitulou “o visionário”. Com esse estigma nos iludiu por muito tempo. Mas não a todos!

Desde janeiro parte da torcida (esses sim os verdadeiros visionários) viram que alguma coisa de podre existia no reino do Alto da Glória. E o diagnóstico não era tão difícil.

Quando a categoria de base é preterida por contratações mal feitas, negócios que, se davam lucros para alguém, não era o Coritiba...

Quando vimos o desmanche de um bom elenco por duas vezes consecutivas em troca de jogadores de segunda, terceira e quarta divisão...

Quando no mesmo ano Clube perde três chances de disputar a Copa Libertadores da América, e a diretoria se pronuncia que o clube não estava preparado à disputa-la...

Quando somos sumariamente eliminados da Copa do Brasil por um time amador de Manaus...

Quando perdemos a invencibilidade de 17 anos no Couto para o Paraná Clube, no momento que eles se reestruturavam...

Quando o empate com o Nacional de Rolândia é tido como heróico...

E depois de tudo isso perdemos um turno do paranaense para os reservas do CAP...

Era obrigação do torcedor, mais notadamente do sócio, agir, reclamar, vociferar. Não fizemos nada disso, fomos passivos, alienados. Alguns até participaram de reuniões do tipo lavagem cerebral.

Agora é tarde, quem nos prejudicou está longe. E o Coritiba ficou com um legado maldito.

Os Coxas Brancas que por ingenuidade, por interesse, por vaidade ou por burrice apoiaram o projeto falido que se abracem ao Felipe Ximenes e sumam do Coritiba. Vocês fizeram um mal maior ao Clube que o próprio ex-superintendente de futebol. Aquele foi oportunista, a sociedade está impregnada desse mal.

Cabe a nós, torcedores, zelar pelo que é nosso!

Cabe aos pais cuidarem de seus filhos, protege-los dos males externos.

Não fizemos isso com o NOSSO Coritiba, deixamos o NOSSO Coritiba em mãos erradas, por isso merecidamente somos fadados à segunda divisão! Trilhamos esse caminho com muita competência.
Aos responsáveis por mais essa queda vai um recado:

- dessa vez o prejuízo é infinitamente maior se comparado às outras quedas para a segunda divisão. É difícil prever o tempo de recuperação. Torço para que meus filhos e netos vejam um Coritiba forte, eu não tive essa sorte!


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O Fluminense de 2009. Uma analogia em desespero de causa.

Por: Felipe Rauen

Que a coisa está muito feia, estamos cansados de falar e de saber. Que as perspectivas não são nada animadoras, também. Que deslumbrados incensavam o time do Coritiba até há pouco e agora nem sabem mais o que dizer, é fato. Que um novo rebaixamento levará o clube a uma situação de fracasso inimaginável, não é preciso muito pensamento para assim se concluir.

Mas também é verdade que todos nós – e talvez até mais os que mostravam os limites do time, pois sempre foram autênticos – queremos que algo mágico ou sobrenatural ainda aconteça e nos livre do rebaixamento, mesmo que na última rodada e mesmo que pela chamada “diferença de critérios”. O importante será não ser rebaixado novamente e nem ser humilhado nacional e localmente.

Como não dá para se esquecer do nosso fatídico ano de 2009, também não dá para se esquecer da epopeia do Fluminense que, no último jogo, com um empate contra nós em nossa casa, se livrou do rebaixamento e nos levou até ele.

E lembrei que o dito tricolor das Laranjeiras chegou a ficar onze (11!) jogos sem ganhar, que por oito (8!) rodadas foi o último colocado e ficou nada menos do que vinte e sete (27!) rodadas na zona de rebaixamento. Na 23ª rodada do campeonato os cálculos dos matemáticos indicavam que suas chances de cair eram de 98% e o davam como virtualmente rebaixado.

E o que fez com que o Fluminense penasse até a última rodada, mas dela saísse mantido na primeira divisão?

Primeiro foi a coragem do até então “chorão” Cuca para promover profundas mudanças na equipe, deixando de lado alguns “medalhões” para dar lugar a jovens promissores, certamente com respaldo da direção. Depois, os jogadores foram contaminados por um espírito de luta ímpar e empurrados pela torcida que nunca os abandonou. Quando faltavam sete jogos para terminar o campeonato, o Fluminense tinha apenas quatro vitórias em trinta e uma rodadas. Pois bem, todos devem se lembrar do que houve. Conseguiu seis vitórias seguidas e o empate contra nós, e escapou!

Se eles puderam, por que não nós também?

Vou deixar de lado, de momento, todas as críticas que fiz e que talvez ainda tivesse as fazer ao Coritiba presente. Vou me agarrar à história do Fluminense de 2009, como a boia que poderá nos salvar do afogamento. Ou mesmo como um tênue galho flutuando.

Proponho deixar de lado momentaneamente a convicção de que mínimas são as perspectivas. Não importa que tudo o que o Coritiba consegue sempre seja difícil. Deixemos de lado, no momento, tudo o que dizem sobre os desvios do clube. Não importa que em nossa história moderna transitemos entre o êxito e a catástrofe. O que importa de momento é suspender a discussão sobre quem tem ou tinha razão e tratar, mesmo que se tenha que fazer força para isso, de acreditar no Coritiba até que se livre do rebaixamento ou que – espero que não se concretize a hipótese – os números não permitam mais qualquer esperança.

Claro que para que a hipótese melhor acontecer, há que ocorrer profundas mudanças na equipe, seja pelo afastamento daqueles que comprovadamente nada deram e não têm a dar, seja pelo aproveitamento de jovens promessas (se os experientes não estão dando certo, no mínimo nada temos a perder com os inexperientes), ou seja pelo injetar profundo de ânimo em todos, desde a alta direção até os torcedores, passando principalmente, é evidente, pelos jogadores. Mas com ação corajosa do técnico e aval da direção a ele, sem se importar com outros interesses que porventura tenham influído para o Coritiba ter chegado onde chegou.

O que não podemos é transitar entre ilusões e derrotismo, e menos ainda nos consolar com desculpas inaceitáveis. A verdade é que nosso time é fraco, mas tem condições, se assim quiser, para com muito esforço se manter na primeira divisão. Depois, para o próximo ano, vamos ver o que poderemos fazer e se os atuais mandatários mostrarão que aprenderam as lições dos tantos erros praticados.


Vamos lá, Coritiba. Vamos te dar um crédito de confiança. Não o desmereça. Sua imensa e apaixonada torcida não merece tanto sofrimento.


Os deuses estão certos!

Os deuses do futebol são os culpados pela má fase do Coritiba, muito ameaçado de rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Pelo menos é no que acredita o técnico Péricles Chamusca, que somou a sua quarta derrota em cinco jogos nesta quarta-feira. Fonte: Placar

Nada mais justo.

Os deuses devem mesmo punir o Coritiba, sim. Pois não é possível ser eternamente benevolente com a repetição de erros crassos. Pois não há como perdoar tanta incompetência diretiva. Pois não há como desculpar tamanha pasmaceira de boa parte da sua torcida.

2005 e 2009 estavam aí pertinho, bem pertinho, para dar o exemplo de como NÃO fazer as coisas. Mas os diretores e o presidente do clube (que também apareceu como um salvador da pátria) venderam os bons jogadores, priorizaram o pagamento (???) das dívidas, apostaram que apenas UM jogador daria conta das vitórias, permaneceram inertes quando tudo indicava o Inferno como nosso destino, apostaram em descompromissados e culparam a tudo e a todos, menos a si mesmos.

Como consequência, hoje estamos às portas de um novo rebaixamento, com o clube com dívidas ainda maiores, com o estádio Couto Pereira despedaçado, e como motivos de chacotas sem fim, por conta das bobagens ditas pelo nosso grande presidente, o senhor VRA (Vilson Responsabiliza o Atlético).

Eis que os homens tanto tentaram, que conseguiram destruir o Coritiba. Por que, então, os deuses deveriam se preocupar conosco?

Todo castigo para tanta incompetência será pouco.


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Até você, Alex?

Por: Felipe Rauen


Não tenho condições emocionais de comentar o jogo recém-terminado quando colecionamos mais uma derrota frente à Ponte Preta. Estou deprimido, irritado, vencido e quase convencido de que ao final do campeonato estaremos rebaixados, salvo um milagre que faça com que o Coritiba jogue um pouco melhor e que os resultados combinados lhe sejam favoráveis. Mas é difícil, muito difícil será evitar a catástrofe.

Por isso, em lugar de comentar o jogo, vou lançar algumas perguntas que há muito tenho engasgadas e não apresentava para que não parecessem provocações negativas. Aliás, onde está o lado positivo do Coritiba neste ano? Como ser positivo ou “deslumbrado” com o que estamos recebendo?

Começo perguntando, quanto ao jogo de hoje: até você, Alex? O que dizer do nosso craque que está se nivelando aos demais e nem sequer ânimo para reagir e liderar mostra?

E a história da longa inatividade pré-venda do Emerson, está bem contada? E a ausência de explicações claras e convincentes para o tão longo tratamento do Deivid. Será que, conforme a frase de Shakespeare há mais mistérios entre o céu e a terra, do que toda a nossa vã filosofia?

Como entender que o Tcheco, conhecendo bem o time, pois até pouco foi seu integrante, e é auxiliar técnico há algum tempo, não alertou o Chamusca sobre a inutilidade de colocar em campo – e até no banco - alguns pretensos jogadores de futebol, como o Botinelli e o Chico por exemplo, no jogo contra o Vitória?

Por que sempre na metade da segunda etapa entra em campo o Lincoln, jogador que nada rende e cujo aparecimento sempre é previsível para o técnico adversário? Alguém se lembra de o Coritiba virar o placar depois da entrada do indigitado? Já não está mais do que visto que ele demonstra que não tem nenhum compromisso com o sucesso do Coritiba?

Nenhum dos nossos atacantes é bom. Mas o “menos ruim” está sendo o Júlio César. Como entender que seguidamente o Bill o substitua (e hoje perdeu mais um gol)?

Têm fundamentos os comentários no sentido de que uma empresa que negocia jogadores e treinadores seria detentora dos direitos de vários deles e teria voz ativa na escalação do Coritiba?

É verdade que o sr. Ximenes, que tanto mal nos causou, contratou o Iberbia por vê-lo em DVD montado pelo seu empresário? Por que o presidente Vilson só demitiu o referido supervisor quando nenhuma diferença fazia, pois fechado o calendário para contratações? Por que não deu atenção a inúmeros alertas que recebeu da imprensa, dos sócios e dos torcedores – inclusive eu mandei mais de um email tratando do assunto – para que demitisse o sr. Ximenes? E este recebeu ou receberá multa rescisória?

Como entender que o lanterna Náutico tenha devolvido o Eltinho, que nem para o pior time do campeonato serviu, e já na chegada ele estava no banco de reservas em jogo do Coritiba?

Por que a torcida organizada IAV se mostrou tão apática quando o time entrou em sua fase ruim (não que devesse fazer as loucuras que já fez)? E por que, quando apontada essa apatia resolveu reagir mandando alguns dos seus integrantes “visitarem” jogadores no campo de treinamento? Um torcedor comum teria o mesmo acesso ao CT para reclamar? Intimidação, mesmo que implícita, pode ajudar?

Como aceitar que grande número dos nossos jogadores se lesionam em decorrência de distensões, estiramentos, rompimentos, ou seja, não em razão de choques ou torções, sem responsabilizar a preparação física que recebem?

E o departamento médico? Há como aceitar que libere jogadores para voltarem à atividade quando não estão perfeitamente aptos? As lesões e substituições ocorridas no jogo contra o São Paulo, uma poucos minutos depois da outra, foram mera coincidência?

Quanto custaram – ou talvez ainda custem – ao Coritiba Ruy Diaz, Diego Alemão, Lima, França, Emerson Santos, Vinicius, Caio, Eltinho, Patrick, Cleiton, Hugo, Bruno Fuso, Demerson, Jailton, Leozinho, Luciano Amaral, Makelelê, Rômulo, Thiago Gentil, Andrade, Betinho, Fabinho Capixaba, Jeferson, Sandro, Diego, Emerson Santos, Jackson, Lima, Lincoln, Marcel, Renan Oliveira e Everton Costa? (O amigo leitor pode completar a lista com nomes que eu possa ter esquecido).

O que há com o Keirrison? O Coritiba está servindo de entidade beneficente para ele?

E o Alex, que há muito não vem jogando bem, por que não assume a liderança técnica e anímica do time, sabendo-se que é habilitado para a última já que na constituição do Bom Senso F.C. mostrou que sabe ser líder e é muito desenvolto nas entrevistas? Seria porque estaria deprimido em se ver com companheiros de tão baixo nível? Ou há outra explicação?

E no mesmo diapasão, por que a maioria dos jogadores parece descomprometida, não se doa e não reage para pelo menos vencer no esforço, já que tecnicamente não consegue?

Por que a tal “revolução” não deu certo? Será porque não partiu das bases, como são as autênticas revoluções? E quem foi o líder da tal “revolução”?

Nós, torcedores, que corremos a nos associar, fazendo com que o Coritiba tivesse um dos maiores quadros de sócios do país, merecemos estar passando o momento presente?

Finalmente, além de todas essas respostas que cabem à comissão técnica e à direção, esta última deveria nos dizer qual foi o tal projeto que em três anos se concretizaria e tornaria o Coritiba um dos maiores clubes de futebol do Brasil. Como assim? Seria o de entregar o clube como o recebeu?

Fica aberta aos amigos leitores oportunidades para outras perguntas e, se possível e melhor, dar respostas para as indagações que não consigo suprir.

E dizer mais o que?


Sério, até eu que desde o começo de 2013 já esperava um ano terrível para o Coxa, por conta do elenco bisonho que nos foi entregue, até eu que já há tempos não acredito que a gente consiga se salvar do rebaixamento, até eu achei que pelo menos da Ponte Preta a gente ganharia.

Incrível como o Coritiba SEMPRE consegue surpreender a gente negativamente, por mais que tentemos estar preparados para o pior.

E, muito embora seja preciso dizer que, com o elenco que temos, não haveria técnico que desse jeito, é espantosa a falta de capacidade de Péricles Chamusca, que manteve Geraldo e Robinho no time, na volta do intervalo, depois de os dois terem jogado fora todas as boas chances que tivemos de abrir o placar.

Enfim, não há mais nada pra dizer. Enumerar os erros seria repetir aqui o que eu já cansei de escrever, MUITAS vezes.

Se os diretores que nos deram esse "time" de presente pudessem sentir uma fração da dor que a torcida estra sentindo, certamente eles não conseguiriam deixar de se desculpar. Mas não. Nem isso. Tudo segue em silêncio. Os discursos e as explicações serão os mesmos. E o desfecho disso tudo também.

Pobre de ti, Coritiba.....


Dia "D"

                                  Fonte: Wikipedia


Hoje tem Ponte Preta x Coritiba, em Campinas.

Hoje é o Dia "D" para o Coxa.

"D" de definitivo, de decisivo.

Agora que todos parecem finalmente, porém também tardiamente, ter acordado para a nossa triste realidade, agora que até os deslumbrados com as conversas dos diretores e com as reuniões dentro do Couto Pereira se cansaram de mentir, talvez o nosso campeonato verdadeiro, onde objetivamos nada mais do que fugir de [mais um] rebaixamento, possa, enfim, começar.

Se quiser ainda poder sonhar em permanecer na primeira divisão, se não quiser voltar a ser o time coadjuvante da capital do estado (posto que o rival maior está praticamente classificado para a Libertadores, e o time das fusões sem fim pode subir para a primeira divisão), não há outro resultado a buscar que não seja a vitória.

Particularmente, quase não tenho esperanças de que o Coxa ainda possa reagir. Depois das mentiras sem fim dos diretores, depois das contratações ridículas feitas desde 2012, depois da liquidação (com "descontos" incríveis!)  dos nossos melhores jogadores, depois dos pintores de ilusão desenharem um mundo cor de rosa, só nos restaria acreditar que os jogadores ainda têm um mínimo de vergonha na cara.

Mas até isso é difícil. Pois não basta vir com discursos de que todos tentaram a vitória, mas que ela não veio por uma infelicidade qualquer. Não interessa mais se do outro lado também tem um adversário que também quer vencer. Já passou da hora de agir com força, com determinação, com sede de conquistas, deixando de lado a conversa mole sobre "tentar". Tentar agora é muito pouco. É preciso CONSEGUIR.

Pois hoje é o nosso Dia "D". Como também têm sido todos os nossos dias recentes. "D" de desilusão, de derrotas, de desânimo, de "desconforto".

"Desconforto" que parece ser a palavra que melhor simboliza este nosso ano ridículo. Pois, enquanto lembramos com saudades de jogadores que jogavam com a cabeça "rachada", que continuavam em campo depois de terem perdido vários dentes, que iam na bola com tanta sede que mandavam a redonda para o fundo do gol e o goleiro adversário para o hospital, temos que ler e reler sobre os jogadores que, por conta de um "desconforto", ficarão de fora da partida. Maldito calendário do futebol brasileiro, feito de propósito para maltratar os pobres jogadores do Coritiba, e só dele....

Hoje é o nosso Dia "D". E que não seja mais um "D" de dor.

O Moisés Lucarelli, hoje, é a nossa Praia de Omaha...


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Sem alma

Hoje "ouvi" de um grande amigo, que ainda tem esperanças de que o Coritiba consiga se salvar, a seguinte frase:

Não existem milagres, mas a vontade de viver ajuda muito na recuperação!

Eis o nosso problema: na minha opinião, o Coritiba já "desistiu de viver".

O time está completamente entregue. Os jogadores tremem em todos os jogos. Contra o Vitória, a bola que o fraquíssimo Chico jogou pra lateral, no que virou depois o segundo gol dos caras, é o resumo de um time fraco, covarde, sem brios.


E, pra piorar o que já era péssimo, nosso treinador parece não ter a mínima condição de mudar esse cenário trágico que nos acompanha há tempos, e que certamente vai culminar em mais um rebaixamento na nossa "gloriosa" história.

Por que, pergunto, eu, por que voltar com Chico como titular, sabendo que esse jogador vinha errando bisonhamente em TODAS as últimas partidas, e depois da boa atuação de Luccas Claro e Leandro Almeida contra o Santos??

Por que insistir com Botinelli que, seja por deficiência técnica inata, seja porque perdeu a confiança depois da estupidez cometida pelo Lincoln, não conseguiu fazer sequer UMA única boa partida pelo Coritiba??

O Coritiba, sem dúvida alguma, é o pior time do campeonato no momento. É um time sem confiança, que erra sem parar, que não tem um padrão tático, "comandado" em campo por alguém que parece ter chegado de outro planeta, posto que insiste nos erros antigos e nem TENTA mudar nada, e fora de campo por alguém que tanto fez, tanto falou, que acabou sozinho, talvez na tentativa de morrer como mártir, esquecendo-se que atuou como carrasco quase todo o tempo.

Não, eu não acredito que o Coritiba consiga se salvar. Acho que os jogadores, [talvez] Alex à parte, porque é Coxa Branca, não estão nem aí pra isso. Sabem eles que seguirão suas carreiras, aconteça o que acontecer, e que só quem ficará [mais] machucado somos nós, os torcedores. Porém, em parte, eles não têm a maior parcela de culpa, pois sempre foram ruins, medíocres, perdedores, e apenas foram trazidos ao Coxa para continuar as suas histórias de fracassos. A culpa maior, sem dúvida alguma, é de quem nos afrontou ao trazê-los para o Coritiba.

Eu me orgulho de ser Coxa Branca, mas tenho vergonha dos "jogadores" que vestem a nossa camisa, e dos  homens que se sucedem no comando diretivo do clube. Gostaria, sim, que eles conseguissem provar que eu estou errado. Ficaria feliz em me desculpar, caso eles conseguissem nos salvar. Mas nem no fundo do meu coração eu consigo encontrar esperanças.


domingo, 13 de outubro de 2013

Presente de aniversário...

Por: Felipe Rauen

Millor Fernandes, autor de mais de 5.000 frases em “Millor Definitivo”, dizia: “Aniversário é uma festa, pra te lembrar do que resta”.

Pois é, sábado o Coritiba completou cento e quatro anos de vida, grande parte deles com glórias e alegrias. Não poderíamos deixar de dizer da nossa emoção, tal como fez o Popini em texto anterior, e desejar um futuro sempre melhor ao clube e sua torcida.

Mas em aniversário de um clube de futebol, ao contrário do que ocorre nas demais entidades, cabe ao aniversariante dar presentes para quem comemora com ele, em especial para quem o mantém, a torcida e os associados.

E qual foi o presente que recebemos? Uma derrota merecida para o Vitória, quando deficiências técnicas pessoais e incuráveis continuaram e se mostrar (não é preciso lembrar aos amigos leitores quais são, mais fácil seria elencar os poucos aproveitáveis que merecem estar na equipe) e desconhecimento do plantel por parte do técnico, seja na escalação inicial, ou seja quanto à parte das substituições (O que faz o Tcheco que não mostra a ele quem é quem no plantel?). Aliás, repito a indagação que fiz em texto anterior. Uma das virtudes do Chamusca, constantes do seu currículo na Internet, seria a de ter um grande poder de motivação, requisito que a esta altura do campeonato seria fundamental já que de futebol o time é carente. Mas que motivador é esse se o time continua com o mesmo (des) ânimo e marasmo, alguns parecendo pouco importar o que está acontecendo? A propósito, faço uma confissão e um “mea culpa”. Ante a grande dificuldade de o Coritiba encontrar um técnico após a saída do Marquinhos, em pesquisas que fiz na internet me pareceu que o Chamusca seria um nome adequado e que se encaixava nas possibilidades financeiras do clube. Talvez tenha errado, mas continuo firme na convicção de que com o plantel montado(?) pelo sr. Ximenes não há técnico que possa ter sucesso, salvo se por sucesso se entender  evitar rebaixamento, o que já será muito para nós a esta altura.

Pois é, conforme a frase com que abri este texto, a data de 12 de outubro de 2013 para o Coritiba serviu para que pense do que nos resta e do fantasma do rebaixamento que nos assusta constantemente nos últimos dez anos, do que das glórias. No momento em que termino este texto, somos o primeiro clube à frente da zona de rebaixamento. Como estaremos na quarta-feira próxima, quando jogaremos com um dos “rebaixáveis” em partida que se costuma dizer “de seis pontos” ou “confronto direto”? Se perdermos, o rebaixamento estará às nossas portas.

Não sei como a torcida resistirá a um novo rebaixamento. Eu me considerarei perdido, vazio e sem motivação para acompanhar futebol. Talvez alguém diga ou pense: pois eu serei o mesmo torcedor esteja o time onde estiver. Claro, eu também serei, o sou há mais de cinquenta anos. Mas alguém poderá afirmar que torcerá com alegria e esperança, depois de tantas desilusões?


A esta altura, imagino que até os coritibanos ateus estão apelando para que dons sobrenaturais nos ajudem. Parece que esta é a melhor chance que temos...


sábado, 12 de outubro de 2013

Feliz Aniversário, Coritiba!

                                    Confeitaria Curitiba


104 anos.

Em mais um momento de superação.

Mais do que parabéns, é hora de desejar-lhe sucesso.

Honra a tua história de glórias, honra a tua torcida, e não se deixe vencer sem luta.

És o dono dos nossos corações.

Força, Coxa!

Feliz aniversário, Coritiba!



quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Mantenham a calculadora por perto....

Antes de mais nada, é fundamental que se diga que, caso não tivéssemos vencido ontem, estaríamos mortos hoje. Então, é mais do que óbvio que não há como minimizar a importância da vitória sobre o Santos.

Isto posto, é igualmente importante que se tenha em mente que os demais resultados da rodada não nos permitem sequer um relaxamento.

Ponte Preta, Criciúma, Vasco e São Paulo também venceram, assim como o Bahia.

Não acredito, seja pelo "tamanho" desses clubes, seja por conta de todos os intere$$es envolvidos, que São Paulo e Vasco sejam candidatos ao rebaixamento. Também não acredito que Náutico e Ponte Preta consigam uma recuperação.

Em mais um dos inúteis exercícios de imaginação, que tentam levar em consideração uma lógica que não existe no mundo do futebol, tenho como principais "candidatos" ao rebaixamento, nas duas vagas que restariam, o Criciúma, o Bahia, o Goiás e o Coritiba. Talvez dê pra incluir nesse grupo o Fluminense, mas aí cairia no mesmo ca$o de Vasco e São Paulo...

A Portuguesa, que ainda joga hoje (em casa, contra o Goiás) acertou-se com a contratação do centroavante Gilberto (que, dizem, foi oferecido ao Coritiba, mas foi recusado). O Criciúma, a despeito da surpreendente vitoria sobre o Grêmio é,  a meu ver, o único time cuja situação é pior que a do Coritiba (tirando Ponte Preta e Náutico), mas apenas porque tem cinco pontos a menos do que nós.

Nossa "sorte" é que há um nivelamento, por baixo, deste Brasileirão. Portanto, há times piores do que o nosso. E, dos que teriam o mesmo nível (baixo) que nós, nenhum deles tem um craque como Alex. Só que Alex não vem jogando bem. Nitidamente, tem atuado na base do sacrifício, uma vez que não tem tempo de tratar adequadamente das lesões, mesmo das menores. Então, o "fator" Alex passa a ser uma incógnita, com a qual não sabemos se poderemos contar.

Temos uma tabela bastante complicada pela frente. Dois jogos seguidos fora de casa, contra Vitória e Ponte Preta, e dois jogos seguidos no Couto Pereira, contra o primeiro e o segundo colocados do campeonato (Cruzeiro e Grêmio). Se quisermos manter as esperanças temos que, obrigatoriamente, ganhar uma das duas partidas fora, e uma das duas em casa, no mínimo. E temos que mirar no Goiás e no Bahia, sem deixá-los escaparem de nós.

Bem, contas à parte, o fato é que nossa situação, reflexo de toda a irresponsabilidade e incapacidade na montagem do elenco, bem como da cegueira coletiva às nossas mazelas, continua bastante preocupante. Por óbvio que temos que continuar a vencer, e a superar as nossas deficiências com muita luta. E agradeçamos que não existe lógica alguma nesse esporte, pois, se houvesse, nem sonhar poderíamos....

...

E, admitindo ter perdido a briga para a tentação de falar sobre o jogo de ontem, faço apenas alguns  comentários: não cabe, de forma alguma, falar em progresso, em evolução, em melhora, mas sim em recuperação do mínimo de dignidade e de garra; por favor, ponham o Geraldo pra treinar à parte, com o Bill e o Vítor Junior, e esqueçam eles lá; não relaxem, achando que tudo está bem novamente; e, o mais importante de tudo: nem ousem pensar em voltar com o Chico como titular...



quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Ufa....

Coritiba 1 x 0 Santos.

Gol de Júlio César.

E o jogo acabou.

Nesta hora, não cabe nenhuma análise sobre quem foi bem, ou quem foi mal.

Isso não importa mais. Agora só o que importa são os resultados dos jogos.

Hoje vencemos. Que venha o próximo adversário!

Força, Coritiba!!


Vitória

Hoje não é dia de dizer nada.

Contra o Santos, no Couto Pereira, teremos aquela que é, a meu ver, a chance derradeira de iniciarmos nossa recuperação no Brasileirão.

Alex volta, junto com mais alguns titulares (?). Com eles, voltam também as esperanças de que a impressionante queda de produção do time tenha sido causada, principalmente, por esses desfalques.

Então, não é hora de falar sobre problemas, sobre perspectivas, sobre retrospecto, ou sobre o que quer que seja.

É hora de ir lá e ganhar esse jogo.

Força, Coritiba!

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Nosso aniversário.


Por: Felipe Rauen

Aos torcedores, jogadores e direção.

Amigos, estamos passando por um dos momentos mais difíceis da história do Coritiba. Sei que houve piores, como em parte dos anos 1990 e no vexame de 2009, mas a situação que atualmente enfrentamos é de muita gravidade, pois sucede um período em que tivemos grandes esperanças de nos tornarmos de uma vez por todas um clube reconhecidamente forte no cenário nacional, dele um dia podendo dar um passo para o internacional. Mas em que pese o início alvissareiro de 2010/2011, tudo o que até ali foi construído poderá ter sido em vão se terminarmos este ano fracassados.

Temos convergências e divergências quanto a atitudes da direção, de jogadores e até de grupos de torcedores. Quase tudo nos divide e pouco nos une. A desunião é irmã das crises.

Direção que promoveu o desmanche parcial dela própria e do elenco, com contratações equivocadas. Jogadores tecnicamente fracos ou que não se doam. Grupos de torcedores que permaneceram estranhamente inertes. E formadores de opinião com os olhos fechados para a realidade e vendo sempre o céu azul embora as nuvens que se formavam. Todos têm uma parcela de responsabilidade, por menor que seja a de cada um, para a fase em que vivemos. Eu me incluo (não entre os de olhos fechados), pois talvez nem sempre tenha lançado a opinião correta aos que me distinguem com leitura dos meus textos.

Pois bem, sábado completaremos cento e quatro (104) anos de uma gloriosa História, durante a qual tivemos mais satisfações do que decepções. O passado de glórias não poderá ser apagado se um fracasso ocorrer neste ano. Mas será obscurecido e enodoado, sem dúvida. E teremos que recomeçar o crescimento de um clube que se tinha como refundado após a humilhação que nos auto-infligimos em 2009. Penso que, diante das circunstâncias do cenário de momento do futebol brasileiro e da desilusão que sofreremos, será bem mais difícil a reconstrução após um novo rebaixamento do que a que foi a iniciada e tentada partir daquele ano.

Diante deste quadro, quero propor aos amigos, mas só vejo possibilidade de sucesso desde que com participação ativa da direção e dos jogadores, se até eles estas palavras chegarem, um pacto de união e dedicação visando à salvação do ano com a manutenção do clube na primeira divisão do campeonato brasileiro. Vamos deixar de falar por algum tempo sobre o que de errado aconteceu nestes dois últimos anos, erros que variam conforme a ótica de cada um de nós, embora não devam ser esquecidos, pois com eles todos nós devemos aprender. 

À torcida, especialmente a que tanto colaborou ao ponto de sermos um dos clubes dentre os com maiores sócios no Brasil, cabe a parte menos difícil neste contexto. Apoiar o time enquanto houver esperança, deixando para mostrar repúdio somente se com todo o esforço dela, a direção e os jogadores nos levarem ao caos. Aos formadores de opinião (ou aos pensam sê-lo), cabe também incentivar, mas com olhos abertos para a realidade. Palavras positivas sem base crítica e sem os pés no chão têm pouco efeito, mais servem para iludir tal como já se iludiu a alguns.

À direção competem providências talvez mais difíceis. Não há mais tempo e nem dinheiro para contratações milagrosas e nem para consertar alguns – ou vários - erros. Mas além de um discurso interno forte, motivador e de cobrança em todas as áreas, cabe à direção praticar ações concretas – comando de vestiário, disciplina, colocação em dia de pagamentos, se é que não o estão, e outras que só quem está dentro da poeira sabe distinguir - visando a fazer com que atletas que parecem descomprometidos se engajem na luta e sintam que a desgraça do clube será a desgraça deles. Se o Coritiba fracassar, a mancha ficará na nossa história, mas não pensem aqueles que se livrarão do ônus.

E aos atletas, parece-me que a colaboração e é a mais importante neste contexto. Aos jogadores menos qualificados – e cada um deve saber dos seus limites – que tratem de doar esforço e dedicação para superar a inferioridade técnica. Aos poucos craques, em especial os que estiveram ou estão afastados em tratamento e em vias de voltar, toda a dedicação, técnica e exemplo, mesmo que com algum sacrifício. E dos que têm espírito de liderança – não saberia dizer quais são, mas neste momento me vem à mente a falta que faz um Pereira – espera-se comando e chamamento dos colegas à luta. Se eventualmente o clube não estiver alcançando toda a contribuição financeira a que se comprometeu – especulo, não afirmo – nem por isso vocês têm o direito de se omitir. Se a especulação tiver fundamento, vocês pensam que não ajudando o clube a se reerguer a parte financeira poderá ser assegurada? Que tal se vocês trabalhassem em uma fábrica, cujos lucros vêm da venda dos seus produtos e, por dificuldades de mercado decorrente da defasagem do que fabricam o empregador não pudesse honrar os compromissos trabalhistas? Vocês cruzariam os braços ou se mostrariam desinteressados (o patrão que ache dinheiro), ou se esforçariam para que melhores produtos fossem fabricados de modo a que as vendas voltassem a crescer e pudessem estabilizar as finanças do empregador e, como consequência, os salários voltassem a ser pagos em dia? É a mesma coisa em um clube de futebol. Se não tem sucesso, não tem lucro. Se não tem lucro, não pode pagar bem ou em dia aos seus colaboradores. O fracasso do Coritiba será o fracasso de todos. Não pensem que algum jogador se livrará da mancha de um novo rebaixamento, por mais idolatrado e incensado que seja.

Enfim, por melhor que aja a torcida, sua participação será insuficiente se o mesmo espírito de luta e tomada de providências não envolver a direção e os atletas. Alcançar a manutenção do clube na primeira divisão não irá consagrar ninguém, pois é o mínimo que se espera. Mas será certamente um alívio, não manchará a história de ninguém e talvez possa ser ponto de partida para um recomeçar positivo.

E esta semana é propícia para começar essa mudança, pois é a do nosso aniversário, com um dos jogos exatamente na mesma data.

Por favor, deem-nos um bom presente de aniversário com duas vitórias nesta semana, como modo de mostrar o começo da reabilitação. Se a direção e jogadores quiserem, podem. E nós merecemos.