terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Time de vidro


Em oito rodadas de jogos pelo campeonato regional, ONZE jogadores alviverdes machucados, sendo NOVE com lesões musculares.

Aí você escuta, vindo lá dos lados do Alto da Glória, que isso está dentro dos “padrões de normalidade”. Só se for a normalidade Coxa Branca, que é ter muitos jogadores machucados, e por muito tempo.

Só com o time titular, média de uma lesão muscular por jogo (Roni, Geraldo e Leandro Almeida). Considerando que muito se propagandeou que um dos objetivos da pré-temporada estendida seria preparar melhor os jogadores, para evitar seguidas lesões, cabe a pergunta: o que está errado? E mais: o que será feito para mudar esse panorama trágico?

Fosse algo novo, essa sequencia de lesões até poderia ser encarada como uma fatalidade, mas, infelizmente, essa tem sido a nossa rotina há tempos. E assim, começamos mais um ano tendo a certeza que não teremos um time titular, que seremos obrigados a ver mudanças constantes na escalação de jogo para jogo, que nada mais poderemos esperar do que a eterna mediocridade da qual parece ser impossível sair.

Às vezes chega a me passar pela cabeça o absurdo pensamento de que essa baixíssima qualidade do nosso departamento de preparação física, que comprovadamente não consegue entregar jogadores minimamente preparados para aguentar os jogos, é proposital, pois dá aos caras que mandam no clube uma desculpa, um pretexto para as seguidas vergonhas que vêm nos sendo impostas desde 2011. Ao montarem um time de vidro, fica disponível o discurso de que foram as lesões que atrapalharam e que nos impediram de disputar os campeonatos de forma minimamente digna.

Se já nos faltava “bala na agulha” para disputar bons jogadores com os clubes grandes, agora não somos mais capazes nem de dar aos jogadores que conseguimos uma condição física que os permita atuarem sem se machucarem tanto. Como comparação, no ano passado o Atlético montou um time ridículo, mas que jogou junto o ano todo, com pouquíssimas variações na escalação, quase sem contusões e com o departamento médico sempre vazio. O resultado disso? Hoje os caras jogam lá na Argentina, pela Libertadores, enquanto nós vibramos com a primeira colocação de um campeonato ridículo, que se transformou na única conquista com a qual podemos sonhar. Será que é apenas mera coincidência o fato de o preparador físico deles, em 2013, ter sido o competentíssimo e vitorioso Moraci Sant’anna?

Definitivamente, esse não é mais o Coritiba que, um dia, já foi um grande clube. Se todas essas seguidas lesões musculares sofridas pelos nossos jogadores são mesmos normais, e se não há nada que precise ser mudado, então tenhamos todos nós a consciência de que, MAIS UMA VEZ, estaremos fadados ao fracasso, e que o nosso time de vidro terminará o ano novamente estilhaçado.




quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

1000 vezes Alex!


Em 1995, eu morava e trabalhava (como geólogo) em Pitinga, uma vila residencial situada 320 km a norte de Manaus, no Amazonas, naquela que um dia já havia sido uma das maiores minas de estanho do mundo.

Em um domingo de dezembro desse ano (dia 10), em Curitiba, o Coritiba vencia, por 4x2, o time do Central de Caruaru (PE), pela segunda divisão do Brasileirão, e ficava a apenas uma vitória de retornar à elite do futebol. O jogo seguinte seria contra o Atlético PR, no Couto Pereira.

Até hoje, 2014, eu não sei como eu consegui sair de Pitinga e chegar em Curitiba, a 4000 km de distância, a tempo de ver Alex marcar o primeiro gol da vitória de 3x0 sobre o nosso rival. Um gol que lavou a alma de todos os Coxas Brancas, e que ficou marcado para sempre em minha memória, como um dos que eu mais comemorei em toda a minha vida.

Voltei à Amazônia e ainda fiquei mais sete anos trabalhando por lá (ao todo foram 10 anos). Alex deixou o Coritiba e foi fazer história em outros clubes.

O tempo foi passando e eu tinha como finda a história Alex-Coritiba, eternizada por aquele gol no atletiba de 1995, que recompensou cada um dos 8000 km que eu viajei para assistir a um único jogo de futebol, bem como premiou e justificou a loucura de eu quase ter jogado meu emprego fora...

Porém, eis que hoje eu me pego vestindo uma camisa do Coritiba com o nome de Alex às costas, porque Alex joga no Coritiba, e por ele irá completar a milésima partida de sua vitoriosa carreira.

Não tenho Alex como um ídolo, mas como um símbolo. Ídolos são construídos pelo momento, símbolos são escolhidos pela história. Alex é, pra mim, um símbolo de seriedade, de profissionalismo, de dedicação, de respeito e devoção às cores do Coritiba. Alex confere ao clube que eu amo uma grandeza imensa, ao materializá-la a cada toque na bola e ao eternizá-la a cada gol marcado com a nossa camisa.

Hoje à noite, no Couto Pereira, quando soar o apito dando início ao milésimo espetáculo de um símbolo Coxa Branca, mais do que parabéns eu gostaria de dizer: muito obrigado, Alex!

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Roleta Russa


E eis que os “meninos” do Coritiba se despedem do campeonato de forma vexatória, após uma goleada para o lanterna do campeonato.

Ainda que se dê o devido desconto para o fato de o “treinador” Zé Carlos sequer ter tido a capacidade de armar um time minimamente organizado em campo, o que se viu ontem no clássico foi vexatório. Vexatório, aliás, como vem sendo TUDO o que diz respeito ao Coritiba ultimamente.

Além de mal posicionados em campo, os garotos da tão incensada (e requisitada por nós, torcedores) base Coxa Branca encerraram não apenas a sua participação no campeonato regional, mas também acabaram com as esperanças da torcida de que pudessem ser aqueles jogadores que fariam alguma diferença no time profissional.

Nervosos, errando tudo (passes, cruzamentos, chutes) e batendo como uns alucinados, os jogadores comprovaram a tese de que dessa geração da base quase nada pode ser aproveitado, exceção feita ao goleiro William (que, aliás, nem da base alviverde é, pois tem 24 anos e veio do Taubaté, na metade do ano passado), que evitou um vexame ainda maior, não apenas no atle-tiba, mas nos outros quatro jogos disputados.

Tão bizarro quanto a atuação sem técnica, sem alma e sem coração dos meninos ontem, foi ter visto em campo figuras como Anderson Aquino e Eltinho. Tivesse o MÍNIMO de vergonha na cara, o Coritiba já teria expurgado essas feridas do elenco há muito, muito tempo. Mas o clube parece ter optado por virar uma instituição de caridade, que dá a jogadores ruins e a lesionados crônicos, que deveriam ser aposentados ou por inaptidão técnica ou por invalidez funcional, quantas chances forem precisas para que eles reafirmem as suas ruindades ou os seus defeitos físicos incuráveis.

Mas o pior de tudo é que não teremos o direito de “virar a página”. Encerrada mais uma humilhação, desta feita proporcionada por gente formada dentro do Coritiba, eis que nos resta nada mais, nada menos, do que ter que voltar a depender de jogadores que estão há anos no clube, que também já nos proporcionaram vexames históricos, que há dois anos nada mais têm feito do que tentar fugir de um rebaixamento para a segunda divisão, e que, incrivelmente, ainda são tidos por muita gente como capazes de dar ao Coritiba um ano decente.

Ivan, Moacir, Norberto, Diogo Sodré, Zé Eduardo e Roni. Nomes novos no elenco principal, que terão a responsabilidade de nos dar algo diferente da nossa rotina recente de humilhações. A eles até caberia um voto de confiança, posto que não os conhecemos. Joga contra eles, porém, o fato de eles terem sido trazidos ao clube por uma diretoria especializada em vender o que temos de bom e contratar porcarias para substituí-los. Passada a ressurreição de 2010, consumada em 2011, de lá pra cá nosso elenco só tem piorado, e a cada ano nos aproximamos mais da segunda divisão.

Entra ano, sai ano, vivemos de apostas em jogadores desconhecidos. O pior, pra nós, é que não têm mudado apenas as apostas, mas a modalidade das apostas. Agora, estamos a arriscar na roleta russa...

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Uma andorinha só


Vanderlei, aquele goleiro que costuma falhar em jogos de vida ou morte, que é tão pouco inteligente que faz cera mesmo quando o time está perdendo, e que só vai aprender a repor bem a bola em jogo em outra encarnação, ficou.

Leandro Almeida, um dos principais jogadores do time e um dos melhores zagueiros (ao lado de Emerson) que passaram recentemente no Coritiba, está para sair.

Junior Urso, que deveria dedicar-se ao atletismo, posto ser sempre incensado pelo seu vigor físico, suficiente para que se ignore a sua completa inaptidão para o futebol, continua titular absoluto, intocável.

Lincoln e Júlio Cesar, que NADA de útil ao futebol fizeram em 2013 (ou na vida, sei lá...), permanecem firmes e fortes.

Robinho, aquele que sempre é destaque nos jogos contra times mais medíocres do que o nosso, e Deivid, que nos salvou de uma segunda divisão em 2012, e não entrou em campo em 2013, continuam machucados (!).

Nos treinamentos coletivos da equipe principal, testes com o time armado com três volantes (Urso, Gil e Germano) que, somados, não serviriam para engraxar as chuteiras de um Leandro Donizete, por exemplo. Willian reserva de Jr. Urso. Improvisações com volantes pela lateral direita e um único lateral esquerdo (Carlinhos) com condições mínimas de jogo.

No sub 23 que está disputando o campeonato regional, uma penca de jogadores (?) lesionados, outros tantos agindo como já fossem estrelas consagradas, Keirrison que nem de pênalti consegue marcar gols, e apenas um jogador (o goleiro William) que parece ser capaz de fazer a diferença no “time de cima”.

De reforços, adotamos definitivamente o estilo Paraná Clube: apostamos em desconhecidos (Roni, Moacir, Norberto), e rezamos (ou torcemos, como fazemos nas apostas em jogos de azar) para dar certo. Ressuscitamos um Zé que sem Neymar mais nada fez de bom, e fomos buscar lá no Catar mais um daqueles jogadores que “vêm sendo observados pelo Coritiba há muito tempo”, dos quais quase ninguém antes nunca ouvir falar.

Esse é o Coritiba que começa 2014. Jovens que se acham craques, departamento médico cheio, chinelinhos cativos, apostas em desconhecidos, nenhum reforço comprovado, e testes com três volantes titulares. E com os mesmo discursos surreais, sobre brigar por títulos nacionais e vaga na Libertadores. Mas o pior de tudo isso, disparado, é que ainda há quem acredite nesses discursos (seriam esses sonhadores ou masoquistas?).

O que nos resta, então? Como sempre, rezar (muito!) para que as apostas vinguem, e/ou para que Dado Cavalcanti seja um milagreiro.

E pra não dizerem que não falei de nada de bom, Alex ficou. Faz um verão pra nós, andorinha solitária...