segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

A espinha dorsal de um defunto


2013 foi um dos piores anos da história recente do Coritiba, dada a quantidades de vexames pelos quais passamos.

No regional, conseguimos perder pro Paraná Clube, em pleno Couto Pereira, e também pro sub porcaria do Atlético, em um estádio abandonado.

Na Copa do Brasil, fomos GOLEADOS pelo Nacional de MANAUS.

Na Sul Americana, perdemos AS DUAS pra um time amador da Colômbia e fomos eliminados de forma humilhante, vergonhosa, ainda mais se lembrarmos do discurso MENTIROSO de que a eliminação da Copa do Brasil havia sido “proposital”, para que pudéssemos concentrar forças no torneio continental.

No Brasileirão, escapamos do rebaixamento já na bacia das almas, na última rodada, jogando contra um adversário desinteressado, do qual os jogadores de ataque se colocavam em condição de impedimento várias e várias vezes, e saiam rindo, como se estivessem apenas brincando.

O fato é que Alex nos salvou no regional, com os gols da virada sobre o Atlético, na decisão, depois do FRANGAÇO do Vanderlei, e no Brasileirão, com os gols decisivos que anotou contra Fla, Flu e Botafogo, só pra citar alguns.

Em 2013 tivemos Alex, e seus 27 gols salvadores. E só. O resto foi tudo uma MER*A!

Fosse um time sério, o Coritiba estaria agora não falando em manter a base dessa desgraça de time que nos deu este ano humilhante, mas em reformular boa parte do elenco. Mas estamos tentando não apenas segurar o mesmo “time”, quanto piorar ainda mais o medíocre elenco que temos, ao especular o nome de um Zé Love da vida, mais um jogador ruim, que desde que deixou de receber as assistências de Neymar, no Santos, nunca mais conseguiu fazer gols, e passou a perambular por clubes da Europa, até, provavelmente, desembarcar em um clube em que sua ruindade se equivalha à de seus companheiros.

Não sei o que leva as pessoas a acreditar que mantendo o mesmo time teremos um futuro diferente da vergonha que foi este ano. Talvez seja a mesma cegueira estúpida que levou às bizarrices revolucionárias e coritibanistas, que nada mais foram que cortinas de fumaças que ajudaram a camuflar a nossa fragilidade. O FATO é que não dá pra sonhar com um 2014 DIFERENTE se fizermos tudo IGUAL a 2013.

Enquanto o mercado futebolístico se agita, o Coritiba segue chorando a sua miséria, contratando treinadores iniciantes e baratos, renovando com frangueiros e com velocistas que tentam aprender a jogar futebol, e procurando jogadores que aceitem jogar a primeira divisão a troco de banana. E tudo isso, novamente, com a anuência e os aplausos de um séquito de incautos que, ao que parece, cultuam o sofrimento e se enxergam como mártires.

Convém, pois, não jogar fora os discursos emotivos sobre a grandeza do Coritiba, nem sobre a injustiça para com a sua torcida apaixonada que “carrega o time nos braços”, pois eles serão necessários muito em breve. Está se oferecendo ao clube uma trégua da qual o clube não é merecedor, uma vez que ele sequer é capaz de sinalizar alguma mudança de postura, ou de emitir um sinal de que as coisas serão feitas de formas diferentes. E, se mantivermos a "espinha dorsal" daquilo que foi incapaz de nos erguer, certamente continuaremos a ser pisoteados, e humilhados.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

80% de pouco, quanto é???


Mal escapamos do desastre de 2013, que, lembrando, seguiu-se ao quase desastre de 2012, e já começaram a sinalizar que não deveremos esperar nada de 2014.

Minha “esperança” é que nosso presidente não costuma cumprir nada do que promete. Pois, a se confirmar a promessa de manutenção de 80% do fraquíssimo elenco que quase nos rebaixou em dois anos seguidos, o que esperar de 2014, senão outra briga contra a degola?

Já renovaram com Vanderlei, um goleiro inconstante, que é capaz de, em um mesmo jogo, fazer defesas difíceis e tomar gols ridículos, com a sua patética mania de se ajoelhar e fazer golpe de vista, que não acerta uma reposição de bola sequer, e que é tão lento das ideias que faz cera mesmo com o time perdendo; já disseram que irão lutar pela permanência do peladeiro Junior Urso, que corre como um condenado, mas não acerta um passe de dois metros, além de enfiar no zuc todas as boas chances de gol que lhe caem nos pés; como a cereja do bolo, irão manter Robinho, aquele jogador que só aparece em jogos contra times pequenos, e que foge da bola contra os grandes.

Minha opinião (e só isso): mantenham Luccas Claro, Leandro Almeida, Carlinhos, Willian e Alex, do time titular; Vitor Ferraz, Gil e Germano dos reservas; peguem quem sobrou e rezem (ou paguem) para outros times aceitarem-nos (inclusive Deivid, que não recebe e não joga – com justiça, e Keirrison, que contra o Cruzeiro teve a chance de fazer o “gol de encerramento” de sua carreira já encerrada), e vão buscar nas categorias de base jogadores que saibam dar valor à nossa camisa, uma vez que, mesmo com as receitas do clube aumentando ano após ano, limitamo-nos apenas a contratar refugos de outros times.

Não temos dinheiro pra contratar ninguém de qualidade? Então deixem isso claro e parem de falar em título nacional, em Libertadores. Basta de enganação! Pois se a verdade pode doer, a mentira pode fazer sangrar nossos corações, como tem acontecido recentemente, ano após ano. De minha parte, acho um completo absurdo ousar falar em conquistas, como já está a falar Dado Cavalcanti, quando não temos nada, absolutamente nada, que dê o mínimo de respaldo a essa pretensão.

Quanto ao novo treinador, mais uma aposta “padrão Coritiba”: jovem e barato. A mediocridade do nosso clube é tão grande, que ter feito uma boa campanha com um Mogi Mirim da vida, ou ter mantido o timeco do Paraná Clube algumas rodadas entre os primeiros da Série B, são fatos por nós transformados em um currículo vitorioso, para alimentar a única coisa que nós é permitido ter: esperança de que possa dar certo.

Não é hora de relaxar. Muito menos de voltar a acreditar em promessas de fim de ano. 2012 e 2013 foram anos terríveis para o Coritiba, nos quais o rebaixamento para a segunda divisão passou tão perto que nos fez sofrer até o fim. Se o que almejamos para o clube é isso, apenas fugir do rebaixamento, tudo bem, dá pra cruzar os braços e deixar proliferarem as mentiras comuns a esta época.

Porém, se realmente pretendemos algo mais, se queremos dar um basta nessa mediocridade na qual estamos enfiados até o pescoço, a hora é de fazer os dirigentes ouvirem a nossa voz, que pede apenas que nos seja dado aquilo que nos é prometido: um time minimamente decente, com capacidade técnica para lutar e se impor em campo, e com garra para honrar a nossa camisa.

...

Em tempo: em meu último texto relatei o que me informaram alguns amigos, sobre os reajustes dos planos de sócios do Coritiba. Meu plano, que é o da arquibancada, foi reajustado em cerca de 7%, o que é um valor bastante justo, e que permite com que eu possa seguir fazendo o mínimo para ajudar o clube: manter-me sócio (mesmo sem poder ir aos jogos). Oxalá muitos possam fazer o mesmo, pois um grande número de sócios não apenas fortalece o clube financeiramente, como permite que a via democrática seja a usada para traçar os rumos do Coritiba, a partir do momento em que nos dá o direito de escolhermos nossos dirigentes, e, de certa forma, legitima nossas cobranças.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Fora, Vilson!

Alex disse ontem, após o jogo: "a única coisa que eu tenho que questionar ao próprio presidente é que ele mostrou uma coisa para mim em outubro de 2012 e a execução foi totalmente diferente”.

Não foi só você que foi enganado, Alex. Vilson Ribeiro de Andrade revelou-se como um dos maiores enganadores que já passaram pelo comando do Coritiba.

Nesses seus quatro anos dirigindo o clube, Vilson já chegou a ser considerado o "Salvador da Pátria", por ter conquistado o acesso à primeira divisão em 2010. Mas muitos se esquecem de que ele já fazia parte da diretoria que havia rebaixado o Coritiba em 2009.

Fora esse arremedo de sucesso, Vilson só fez prometer e não cumprir. Prometeu um CT novo, e fez apenas colocar uma placa em um terreno; disse que o Couto Pereira estava "condenado", e arranjou uma reforma para elitizar boa parte do estádio, reforma essa que eu duvido que seja concluída; prometeu romper com a torcida organizada, e foi subir no palco como bobo da corte em uma festa de aniversário dessa facção; falou que colocaria o Coritiba entre os seis maiores clubes do Brasil, e nos fez disputar apenas o não rebaixamento nos últimos dois anos.

Lógico que, como em tudo mais, há quem se conforme com a mediocridade e aplauda os dois vice-campeonatos da Copa do Brasil, perdidos em casa, bem como as quatro conquistas seguidas de um campeonato estadual onde um dos rivais disputava a segunda divisão e outro colocava o time de juniores para jogar...

VRA entregou a chave do Coritiba a Felipe Ximenes, e avalizou a montagem dos elencos ridículos de 2012 e 2013. “Jogadores” bisonhos foram trazidos, e bons jogadores foram negociados a preços de banana. E, pra comprovar toda a sua incompetência, permitiu criticar abertamente os jogadores que ele mesmo trouxe, dizendo, no momento mais crítico do campeonato, que eles não tinham vergonha na cara.

Para completar a sua “obra”, Vilson resolveu humilhar ainda mais a sua própria torcida, ao ter procurado uma forma de tirar pontos, via “tapetão”, de times que disputavam conosco o não rebaixamento.

E ontem, para contrapor as declarações de Alex, Vilson conseguiu mostrar que nem assumir os seus atos ele consegue, posto ter jogado a culpa pelo não cumprimento das promessas feitas a Alex em Felipe Ximenes, como se ele, Vilson, não fosse o único responsável pela maldita presença de Ximenes no Coritiba.

Não satisfeito com todos esses erros, nosso presidente já adianta conversas com um treinador barato e inexperiente, vindo de outro timeco da segunda divisão, bem como com dirigentes também oriundos das profundezas, para que esses tentem o milagre de não nos fazer passar mais um ano apenas brigando pra não cair pra segundona novamente.

E as contas do clube? Como estavam antes e como estão agora? Melhoraram? Pioraram? Pergunto por não saber mesmo, posto que nosso clube hoje é uma caixa preta.

Como cereja do bolo, soube por alguns amigos (ainda não recebi os meus boletos) que as mensalidades dos planos de sócios para 2014 estão sendo reajustadas em valores em média 50% mais altos do que os deste ano (já soube de um aumento de 46% para um setor do estádio, e de 60% para outro). A se confirmarem esses valores, cabe a pergunta: nossos diretores enlouqueceram de vez??

Então, como fica fácil perceber, Alex não foi o único a ser enganado por Vilson Ribeiro de Andrade. Alex que, com os seus gols contra Fluminense, Flamengo e Botafogo, só pra citar alguns, foi o principal responsável por evitar que tantos erros diretivos terminassem em mais uma queda à segunda divisão.

Todos nós fomos enganados. Aliás, todos nós vimos sendo enganados desde há muito tempo por esses aventureiros que surgem do nada, sentam-se na cadeira da presidência do clube, prometem muito e não cumprem nada, e depois desaparecem deixando-nos apenas tristezas e humilhações.

Não sei o que o futuro nos reserva, posto que não aprendemos nunca com as lições do passado. Aplaudir dirigentes aventureiros e jogadores medíocres talvez seja o nosso destino eterno, dado o conformismo (comprado?) que impera (com o perdão do trocadilho) na maior parte da nossa torcida.

Eu gostaria de esperar algo mais do que comemorar títulos da segundona, ou o não rebaixamento da primeira divisão. Eu já sonhei com o Coritiba realmente grande. Hoje, por todos os FATOS que eu expus acima, tenho a consciência de que não será Vilson Ribeiro de Andrade quem irá realizar esse sonho. E temo que o nosso destino eterno seja mesmo essa pequenez, posto que, entra ano, sai ano, entram dirigentes, saem dirigentes, nada muda.

Pobre de ti, Coritiba.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Nelson Mandela

Em 2007, eu estive na casa de Nelson Mandela, em Johannesburgo, na África do Sul:

Saí de lá e fui visitar o Museu do Apartheid:

Fui também a Soweto:

Nessas visitas, meu sentimento não era de tristeza, a despeito de ter tomado ciência de todas as atrocidades cometidas pelo governos sul africano, que, estúpida e insanamente, pregava e bancava a segregação racial.

Não me senti triste pois, maior que a loucura de tentar separar os seres humanos pela cor da sua pele, era a força de um homem incansável que vivia sua vida a pregar a igualdade entre as pessoas.

Com essa força de vontade, sem deixar de lutar um dia sequer de toda a sua vida, Nelson Mandela mudou a humanidade e a História.

Que seu exemplo perdure para todo o sempre, e possa ser seguido pelos homens de bem.




segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Castigo


Depois de um ano bisonho, repleto de vexames históricos, eis que o Coritiba, sabe-se lá como, ainda consegue chegar vivo à última rodada do campeonato.

E, como que a sofrer um merecido castigo por toda a irresponsabilidade dos diretores que montaram esse elenco, o Coxa tem a obrigação de vencer seu último jogo, fora de casa. Pois que não se iludam aqueles que acham que o Fluminense não irá derrotar o Bahia, não apenas pela falta de objetivos deste, mas principalmente pelo empenho do mecenas daquele, que tudo fará para não ver o seu time rebaixado.

O Coritiba jogou dezoito partidas fora de casa no Brasileirão. Venceu apenas uma. No último jogo do ano, não terá Deivid, que, se por um lado comemorou o gol contra o Botafogo como se fosse o gol da sua vida, por outro lado foi irresponsável ao levar o terceiro cartão amarelo quando deixava o campo, substituído por Júlio César. Ainda assim, Deivid fica com crédito, pois, mesmo jogando no sacrifício, provou ser um jogador capaz de fazer a diferença nos momentos difíceis, ainda mais se lembrarmos que devemos a ele o nosso não rebaixamento já em 2012. Oxalá tivéssemos mais um ou dois jogadores como ele, decisivos.

Ontem, mais uma vez, o Coritiba jogou mal. Mas venceu, e isso é que importa. Ainda assim, não há como deixar de mencionar a surpresa (negativa) pela escalação do time. Porém, pensando bem, neste momento crítico a escalação é o que menos importa. Teremos que ir com o que temos, com o que tivemos em 2013 todo.

Tcheco está fazendo certo, ao apelar para a motivação dos jogadores. Pois só o que pode nos salvar agora não é mais a técnica, que nosso time não tem, ou mesmo a raça, que nosso time não teve durante o ano. Só o que pode nos livrar de mais um rebaixamento, que seria o terceiro em oito anos, é a vergonha na cara dos jogadores. Vergonha na cara como a que tiveram os jogadores do Criciúma, ao vencerem quatro dos seus últimos cinco jogos; ou do Bahia, ao ganharem as suas três últimas partidas, em sequência; nesses dois casos, não fez diferença atuar dentro ou fora de suas “casas”.

Em um meio completamente podre, onde o time campeão brasileiro se presta ao papel de facilitar os jogos, seja por interesses escusos, seja pela completa ausência de ética ao desconsiderar os outros dezoito clubes participantes do campeonato, esperar que os jogadores olhem para a camisa que vestem e para a torcida que representam e se motivem, e se dediquem é, no mínimo, ingenuidade, para não dizer estupidez. E um novo rebaixamento do Coritiba não seria injusto, nem para os seus incompetentes e irresponsáveis dirigentes, nem para a sua autoindulgente torcida, que se omitiu ao aplaudir e avalizar tantos desacertos.

Porém, se ainda nos é dada a chance de salvar este ano, para tentar, pela enésima vez, corrigir os erros na próxima temporada, por que desperdiça-la? Se basta uma vitória para que todos, jogadores, dirigentes e torcedores, possam evitar a vergonha de mais um doloroso rebaixamento, por que não ir lá e simplesmente vencer o São Paulo?