segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Quero acreditar.

Por: Felipe Rauen


Os desencontros e iniciativas fracassadas quanto à contratação de um novo técnico para o Coritiba terminaram. Péricles Chamusca será o comandante do time, pelo menos até o final do ano. A contratação de curto prazo indica que: a) sua principal missão será a de nos salvar do risco de rebaixamento e talvez alcançar uma classificação pelo menos honrosa; e b) se fizer um bom trabalho poderá ficar em 2014, uma vez que suas pretensões financeiras não são estratosféricas como a de outros profissionais.


Parece-me que, embora já tenha sentido que uma parte da torcida o está rejeitando, ele foi uma boa escolha e merece um voto de confiança, mesmo que tenha vindo talvez mais por exclusão de outros nomes do que por ser uma das primeiras opções.
Não temos condições financeiras para contratar “medalhões” caríssimos (Abel, o sonho da torcida teve os últimos contratos, diz-se, rodando a casa dos R$ 500.000,00 a R$ 800.000,00), sem contar que alguns  estão em decadência (Autori e Luxemburgo, por exemplo). Enquanto isso, uma nova geração vem se firmando. A prova é o sucesso – que espero tenha logo fim – do Mancini no time rival, do Claudinei Oliveira no Santos e do Enderson Moreira no Goiás, por exemplo.
No grupo intermediário – nem medalhão e nem nova geração – tentamos o Celso Roth e o Caio Jr. ambos bem cotados pela torcida, um mais e o outro menos.
O primeiro, campeão da América e com dois títulos gaúchos, não aceitou contrato de curto prazo e tampouco o salário que o Coritiba oferecia.
E o segundo, com o qual o Coritiba esteve mais perto de acertar, é mais famoso pelo marketing eficiente que sabe fazer e não é o que alguns amigos seus da crônica esportiva curitibana tentam demonstrar. É técnico desde 1999 e, salvo engano, só conseguiu os títulos de campeão baiano, pelo Bahia, no Qatar (Liga Nacional, a Copa do Príncipe e Star Cup, não sei que valor tem uma ou outra) e duas classificações de clubes que comandava (Paraná e Palmeiras) para a Copa Libertadores da América. Mas também queria receber valores incompatíveis com os que o clube poderia pagar.

Chamusca está entre os da nova geração (nem tanto, talvez), tendo no currículo os títulos de campeão da Copa do Brasil pelo Santo André (2004), vice-campeão brasileiro com o Vitória (1992), campeão catarinense com o Avaí (2010) e alagoano pelo Corinthians-Al em 1999. Foi também campeão da Copa da Liga Japonesa de 2008 (embora, confesso, não sei se a disputa tem o mesmo peso de um campeonato nacional). Sei que ser vice não é glória, salvo no campeonato brasileiro (o Coritiba foi duas vezes da Copa do Brasil, mas vice é vice), porém Chamusca obteve o mesmo título pelo Brasiliense, em partida disputada contra o Corinthians-SP, na qual o árbitro foi escandalosamente decisivo para a vitória do último.


É um currículo bom, ou no mínimo razoável, e me parece suficiente para tentar nos tirar do fundo do poço onde nos encontramos. Que ninguém se esqueça de que o maior problema do time do Coritiba é o elenco, muito mal formado pelo superintendente que felizmente nos deixou, tendo a direção também a sua responsabilidade por avalizar as indicações daquele. O novo técnico terá que tirar muito de muitos jogadores.


Então, amigos, vamos dar um voto de confiança ao novo treinador. Não há o que fazer, digo aos insatisfeitos, a não ser querer acreditar e desejar que tenha sucesso. O objetivo que devemos ter no momento – nós e a direção do Coritiba - é afastar o risco de rebaixamento e alcançar uma classificação pelo menos honrosa. Enfim, eu tenho boas expectativas em relação ao Chamusca e quero acreditar que haverá mudanças e se alcançará sucesso (claro que dentro dos limites do quadro que o campeonato nos propicia).


Se afastarmos o risco do rebaixamento e se a direção aprender com os erros de 2012/2013, não os repetindo, não deixando de dar ouvidos aos torcedores lúcidos, não agindo com excesso de centralização e tendo como objetivo um panorama grandioso e não uma mera manutenção do “status quo”, quem sabe poderemos alcançar o sucesso que tanto queremos.


Quero acreditar. Necessito acreditar.


Pontualidade

Uma coisa não falta no Coritiba: pontualidade.

Entra ano, sai ano, com pouquíssimas excessões, nessa época do ano, final de setembro, início de outubro, sempre estamos fazendo contas pra ver quantos pontos faltam a fim de evitar nova queda pra segunda divisão.

Junto com o início da primavera, vem a angústia Coxa Branca. Falam tanto em "projeto", em mudanças, em reconstrução do clube, mas todo ano é a mesmíssima coisa: coração apertado, noites sem dormir, gozações dos rivais e... fé.

Fé em algum fato novo, em algo que desperte os brios dos jogadores, em algo que os faça lutar, pelo menos.

E o fato novo da vez chama-se Péricles Chamusca. Não vou me arriscar a avaliar essa contratação, posto que não há tempo para isso. Talvez, sob o comando de um treinador que já conquistou um título nacional com uma equipe pequena (o Santo André, campeão da Copa do Brasil em 2004), nossos jogadores encontrem alguma motivação para tentar evitar mais um rebaixamento do clube. Pois, se Péricles Chamusca sabe mesmo lidar com equipes pequenas, talvez ele consiga dar um jeito no Coritiba.

Nosa realidade é, sim, a de uma equipe pequena. Brigamos sempre pra não cair, sendo que nos últimos sete anos já falhamos por duas vezes. Quando temos algo importante pra decidir em casa, seja uma final de Copa do Brasil, seja uma partida decisiva para permanecer na primeira divisão, fracassamos. Ainda assim, há quem se ofenda quando ouve dizer que o Coritiba é uma equipe pequena. E talvez esteja aí uma das razões dos nossos seguidos fracassos: queremos ser grandes na base do grito, da briga com a realidade, da ilusão pessoal.

Apegamo-nos a coisas pouco tangíveis, como recordes em livros que destacam aberrações, incensamos passagens pela liderança do campeonato que são tão efêmeras quanto são as nossas conquistas fora do Paraná, deixamos nos iludir por promessas de dirigentes que sempre aparecem como salvadores da pátria e acabam como vilões, por terem vindo apenas reformar a gangorra da nossa existência.

Ainda assim nós, os torcedores, sempre estamos ao lado do Coritiba. Eu ando bastante por aí, pelo mundo. A todos que encontro, digo que o Coritiba é o maior time do Universo. Seja no universo da Série A, ou da Série B, ou mesmo no universo paralelo que existe apenas em nossas cabeças, onde o Coritiba é o maior de todos, a gente nunca desiste. E, a despeito de nas últimas partidas os nossos jogadores insistirem em mostrar o contrário, rezo para que eles também não tenham desistido de lutar.

Se ainda existe alguma centelha de coragem em nossos jogadores, que Péricles Chamusca consiga  reacende-la. Se ainda há alguma esperança, em nossos corações, de que 2013 será diferente de 2009 e de 2005, que nós possamos materializar essa esperança na forma de gritos de Coooooxaaa dentro do estádio. Pois somos nós os herdeiros eternos de tudo o que é o nosso clube. Vilson Ribeiro passará, assim como já passaram presidentes melhores e piores. Mas nós continuaremos, e para sempre, com o Coritiba, onde quer que ele esteja.


domingo, 29 de setembro de 2013

Parceria ....

Nem precisa dizer mais nada.

Boa sorte, Péricles Chamusca.

Boa sorte, Coritiba...


           Foto (print screen): http://www.lasports.com.br/



sábado, 28 de setembro de 2013

Humilhação sem fim

Nossa humilhação não acaba quando o juiz apita.

Segue na entrevista coletiva, quando nosso insano presidente diz querer mudar sozinho o mundo do futebol.

Fomos goleados pelo lanterna do campeonato, e Vilson Ribeiro de Andrade vai aos microfones afirmar que está difícil contratar um técnico novo porque o Coritiba não abre mão de sua comissão técnica fixa. Sim, aquela comissão técnica que fez tudo errado este ano, que não conseguiu dar um padrão físico e tático para o time, que teve como seu representante contra o Náutico um treinador (??) interino INCAPAZ de fazer algo diferente do que fazia o seu antecessor para tentar mudar o rumo do jogo.

Pois bem, presidente. Siga economizando, siga tentando reinventar o futebol, siga com sua arrogância. Afinal, a dor maior não cai sobre ti. Quem está a lamentar, quem está a sofrer somos nós, os torcedores. E, por favor, não minta que você também está preocupado, pois, se isso fosse verdade, você não iria aos microfones pregar austeridade e fidelidade a uma comissão técnica incompetente. Aliás, basta de suas mentiras sobre "projetos" e coisas afins. Por favor, deixe-nos. Termine o seu trabalho em silêncio, quieto, sem nos obrigar a ouvir as suas desculpas, e desapareça da nossa história. Pois todos os méritos que você conquistou estão sendo jogados no lixo, e da pior forma possível.

Goleados pelo lanterna....

"A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda." (Provérbios 16:18)

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Inveja?

Por: Felipe Rauen

A inveja é um sentimento reprovável, sendo conceituada pelos religiosos como um pecado e pelos não crentes como decorrente de personalidade mesquinha.

Todavia, em que pese alguns não aceitem a distinção, existe a inveja e a inveja boa, esta quando transformada em saudável ambição.

A inveja má se caracteriza quando nos deixamos ferir pelo sucesso alheio, desejando a reversão do que outrem conseguiu. Assim, por exemplo, se um colega de trabalho é promovido em meu lugar, o sentimento de inveja má me faz desejar que ele cometa erros e seja rebaixado.

Já a inveja boa é aquela que nos impulsiona a tentar alcançar o mesmo ou maior sucesso dos outros, investindo no nosso aperfeiçoamento. No exemplo acima, a inveja boa me faria trabalhar e me preparar melhor para alcançar a mesma ou maior promoção.  A inveja boa é propulsora do progresso e do sucesso. E deixa de ser inveja para ser sinônimo de ambição saudável.

Faço estas considerações refletindo sobre o que o presidente do Coritiba, Vilson Andrade, afirmou há poucos dias sobre a frustração da nossa torcida com a má campanha do time, reduzindo ele nosso sentimento a uma mera inveja decorrente do mau momento do Coritiba em comparação com o sucesso do rival.

Certamente este é um dos fatores que têm nos deixado deprimidos - é normal não gostar do sucesso deles - mas não o único e menos ainda o principal.

Fracassamos na Copa do Brasil, eliminados por um time inexpressivo, que nem sequer na série D conseguiu sucesso (saiba mais). Estamos sob ameaça concreta de eliminação na Sul americana em sua segunda fase (perdemos em casa para um time que nem mesmo estádio com iluminação tem!). E ainda temos como horizonte mais palpável no campeonato brasileiro o risco de rebaixamento do que uma eventual classificação entre os primeiros. Tudo isso em decorrência de um mau planejamento e da carta branca entregue a um empregado do clube, descompromissado com o sentimento dos torcedores, que mostrou ser despreparado ao não saber encontrar bons jogadores dentro das possibilidades financeiras do seu empregador.

O rival, pelo contrário, partindo de uma perspectiva que parecia modesta ao início do ano, está indo muito bem em ambos os campeonatos que disputa, e no próximo ano terá um estádio de primeiro mundo (A esta altura já não importa mais se com dinheiro público. Já se tentou reverter o benefício, mas sem sucesso.) enquanto nós continuaremos com o amado Couto Pereira com meras reformas, quase que cosméticas.  E eles, diferentemente de nós, souberam encontrar bons e baratos desconhecidos jogadores para mesclá-los com alguns de qualidade que tinham. E consta que a nossa folha salarial seria bem superior em face de um “inchaço” do plantel com contratações em quantidade intrigante de jogadores de qualidade no mínimo discutível, senão comprovadamente não condizente com a aspiração de um clube que deseja crescer além dos limites regionais.

Ante tais circunstâncias e certezas, não é possível reduzir o sentimento de frustração da torcida a uma mera inveja decorrente da comparação com o momentâneo sucesso do rival. As causas são outras, como todos nós sabemos.

Pois bem, mas se o nosso presidente e seus colegas de direção souberem explorar a inveja que imputa a nós, torcedores - mas que implicitamente ele também mostrou sentir - como boa, transformando-a em ambição e tratando de procurar aperfeiçoar o time (e como consequência o clube), ótimo. Porém, se ficar tudo com está, administrando crises e satisfazendo-se com títulos regionais e com desejo de que eles ali adiante fracassem para ficarmos iguais na pequenez, não cresceremos.

Em cidades em que há dois clubes rivais fortes como em Porto Alegre e Belo Horizonte, o sucesso de um leva o outro a procurar alcançar o mesmo patamar ou ultrapassá-lo. O Internacional teve o seu estádio escolhido para a Copa do Mundo, tratando de reformá-lo para atingir os padrões da FIFA? O Grêmio então se se movimentou para construir antes a sua moderna arena. Um foi campeão da América e do mundo? O outro tratou de sê-lo também. O Atlético original foi campeão da Copa Libertadores? Pois o Cruzeiro se moveu para montar um bom time, a esta altura franco favorito para ser o campeão brasileiro.

É este sentimento – a transformação da inveja em saudável ambição - que deve mover o Coritiba, que tem potencial (torcida, sócios e marca) para crescer, e não pode se contentar apenas com sucesso local, com campanhas medianas ou fracassadas no âmbito nacional, ou ainda se limitar a se alegrar quando o rival está pior. Isso, repetindo a já tão batida afirmação, é pensar pequeno e não leva a lugar nenhum.


Eu certa vez afirmei que, a partir de 2010, o Coritiba tinha sido refundado  e seria outro, melhor e maior no curso do seu segundo centenário. Será?



Quanto custa um rebaixamento?

Cair (de novo) para a segunda divisão custaria quanto para o Coritiba?

As cotas de TV não mudariam de imediato, mas certamente o número de sócios e os valores dos patrocínios cairiam bastante. Certamente, perderíamos Alex. O Setor Pro Tork viraria quase que um túmulo, abandonado.

E a imagem do clube? Bem, acho que com isso nossos dirigentes não se preocupam, pois, se assim o fizessem, não teriam montado esse elenco que temos, nem esperado tanto tempo para demitir o [ir]responsável que nos deixou essa herança maldita.

Pois eis que agora a contratação de um novo técnico, que tenha um mínimo de história pra contar, que não seja uma aposta, esbarra nos valores de salários pedidos pelos candidatos.

Sim, nesse mercado do futebol os valores chegam a ser surreais. Caio Jr, por exemplo, nunca ganhou nada de importante em sua história, mas se permite não apenas pedir alto, como também impor a contratação de mais quatro profissionais (o que talvez no caso do Coxa fosse uma boa, haja vista a inaptidão comprovada dos que estão no clube hoje, mormente na parte da preparação física). Ocorre que a Lei da Oferta e da Procura também vale para o futebol e, certamente, qualquer treinador pedirá alto, aproveitando que estamos com a corda no pescoço.

Mas "na ponta do lápis", caso contratássemos mais um desconhecido e inexperiente, pesaria mais a economia com os valores de seu salário ou a certa perda de receitas por conta de um [bem provável] rebaixamento?

Sim, eu entendo que não dá pra se fazer loucuras. Mas não foi loucura o que o Coritiba fez, ao negociar os seus principais jogadores (o que talvez fosse inevitável) e contratar um monte de perebas para substituí-los (o que foi pura incompetência e irresponsabilidade). E então? Vale mesmo a pena arriscar mais essa economia? Vale mesmo a pena continuar apostando, e rezando pra dar certo??


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O novo treinador do Coritiba

Ainda não sabemos quem virá para o lugar de Marquinhos Santos.

Caio Jr, o único treinador citado nominalmente pelo presidente Vilson, parece ter pedido alto demais.

Na imprensa, lê-se que Celso Roth é o plano B.

Penso que o problema do Coritiba é muito maior que a simples troca de treinador. Quem vier, terá que fazer milagres para conseguir tirar algo do fraquíssimo elenco que foi montado para este ano. Tecnicamente, Alex à parte, nosso elenco tem pouquíssima coisa a oferecer. Restaria, então, apelar para a parte psicológica.

Já vi times muito ruins usarem como combustível um discurso motivador para alcançarem bons resultados. Dizem que a primeira coisa para você conseguir algo é você acreditar que é capaz. É lógico, porém, que a motivação é condição necessária, mas não suficiente.

Mas voltemos ao caso do Coritiba. No nosso time, temos um fator extraordinário, algo que pode pesar muito para desequilibrar as partidas: Alex. Ao seu lado, temos jogadores limitadíssimos, que foram alçados à condição de bons jogadores pela cegueira imediatista de muita gente. Mas um elenco limitado, com a ajuda de Alex, talvez seja o suficiente para não sermos rebaixados mais uma vez, desde que se encontre a peça que falta nessa engrenagem: alguém com capacidade de motivar esse elenco.

Por tudo isso, na minha condição "tranquila" de torcedor, meu nome preferido para o atual momento que vivemos seria o de Celso Roth. Vejo nele alguém enérgico o suficiente para tentar colocar ordem na casa no curto espaço de tempo que nos resta. O tal "estilo gaúcho" sempre funcionou bem no Coritiba. É hora de garra, de luta, de muta correria (organizada). E não acho que Caio Jr seja a pessoa capaz de passar essa "gana" aos jogadores.

Enfim, seja lá quem vier, que tenha a sorte e a competência para fazer um bom trabalho. E que possa conseguir nos salvar do desastre iminente que, entra ano sai ano, virou rotina na vida Coxa Branca: lutar para não cair.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

E Felipe Ximenes se foi....

Não precisávamos deixar chegar nesse ponto pra tomar essa decisão, afinal tudo o que está acontecendo agora já era facilmente previsível no começo deste ano.

Espero que ainda dê tempo de salvarmos 2013....

Quanto a Marquinhos Santos, infelizmente não tinha mais o que fazer, pois deram a ele um elenco medíocre, do qual eu rezo para que alguém consiga extrair um pouco mais, e que esse pouco mais seja o suficiente para nos livrar de outra queda. Fica, pois, o agradecimento a MS por ter nos livrado do Inferno no ano passado. Espero que não tenha sido apenas um adiamento do inevitável na nossa triste rotina....

Recomeçando

Imagino este espaço como um "papel" pra colocar os meus pensamentos. Muito provavelmente, serei eu o leitor mais assíduo de de mim mesmo. E, pensando bem, a ideia é essa.

O Coritiba, dono da minha vida, deve merecer a maior parte das postagens. Mas vez ou outra, quando algum pensamento insistir em "ganhar vida", será dado à luz aqui.

Não penso em moderar comentários. Acho que isso não será preciso, posto que todos são capazes de entender que a verdade não pertence a ninguém, nunca. A verdade se mostra através dos fatos, e não através de opiniões pessoais. 

Se alguns amigos gastarem um pouco dos seus preciosos minutos para dividir este espaço comigo, ficarei honrado. Se não, ficarei aliviado, por não roubar-lhes o seu tempo. Discussões, ideias e opiniões serão sempre muito bem vindas, e darão um pouco de sentido a esta abstração toda.

Vamos lá, então....

O velhinho e o shopping

O cara vem caminhando pela calçada de uma pequena praça, que fica em frente a um shopping center. Nessa praça há um banco e nesse banco há um velhinho sentado, a olhar o shopping. O olhar do velhinho é tão triste que o cara não se contém e, movido pelo dó e pela curiosidade, senta-se ao lado dele e pergunta: "o que foi vovô, que tristeza é essa?" Mal conseguindo falar por conta de uma voz embargada, carregada de emoção, o velhinho responde: "meu filho, se algum dia tiver um amor, lute por ele. Defenda-o, proteja-o, cuide dele. Não deixe que dele se aproximem pessoas inescrupulosas, que buscam apenas o seu próprio bem, sem se importar se com isso podem estar destruindo os sonhos de outrem, ou se com isso precisam passar por cima de sentimentos de devoção extrema. Se o possível não for suficiente para defenderes o teu amor, faça o impossível. Pois nada há de mais triste que o fim de uma paixão. Vês este shopping aí na frente? Pois aí morava o meu amor. Nesse lugar aonde hoje as pessoas vêm para comprar, eu vinha antes para ser feliz. Nesse local eu vivi as maiores alegrias da minha vida, alegrias tamanhas que nem algumas pequenas decepções conseguiram macular. Neste lugar aí eu sorri muito mais do que eu chorei, muito embora muitas vezes as lágrimas que eu derramei aí foram de alegria. Minha paixão era tanta que eu julgava ser impossível existir um fim para ela. Julgava que minhas alegrias seriam eternas. Cego, não cuidei dela como deveria. Não percebi quando ela começou a dar sinais de fraqueza. Não notei sua crescente debilidade. Como que um corpo sadio atacado por um vírus, ou como que um belo alazão cujas forças eram sugadas por um morcego, meu amor foi se esvaindo em sua grandeza. O que era antes motivo de respeito por quem a conhecia, passou a ser motivo de chacotas e tema de piadas. Mas eu, ainda cego em minha paixão, imaginava ter tudo sob controle. Esperava a sucessão dos dias, sempre achando que a cada pôr do sol a estrela da minha paixão brilharia mais forte. Quando acordei, meu filho, era tarde demais. Tinham matado a minha paixão. Pessoas que do nada surgiram e ao nada tornaram, vieram apenas para destruir algo que eu julgava impossível de ser destruído. Hoje, dela restam apenas lembranças. Gloriosas lembranças, mas nada além disso. Aí aonde vês hoje esse shopping, meu filho, eu vinha assistir o meu time jogar. Meu time, minha paixão, minha vida. Que eu não soube defender. E que hoje me faz tanta falta..."