Por: Felipe Rauen
Os desencontros e iniciativas
fracassadas quanto à contratação de um novo técnico para o Coritiba terminaram.
Péricles Chamusca será o comandante do time, pelo menos até o final do ano. A
contratação de curto prazo indica que: a) sua principal missão será a de nos
salvar do risco de rebaixamento e talvez alcançar uma classificação pelo menos
honrosa; e b) se fizer um bom trabalho poderá ficar em 2014, uma vez que suas
pretensões financeiras não são estratosféricas como a de outros profissionais.
Parece-me que, embora já tenha
sentido que uma parte da torcida o está rejeitando, ele foi uma boa escolha e
merece um voto de confiança, mesmo que tenha vindo talvez mais por exclusão de
outros nomes do que por ser uma das primeiras opções.
Não temos
condições financeiras para contratar “medalhões” caríssimos (Abel, o sonho da
torcida teve os últimos contratos, diz-se, rodando a casa dos R$ 500.000,00 a
R$ 800.000,00), sem contar que alguns estão em decadência (Autori e Luxemburgo, por
exemplo). Enquanto isso, uma nova geração vem se firmando. A prova é o sucesso
– que espero tenha logo fim – do Mancini no time rival, do Claudinei Oliveira no
Santos e do Enderson Moreira no Goiás, por exemplo.
No grupo
intermediário – nem medalhão e nem nova geração – tentamos o Celso Roth e o
Caio Jr. ambos bem cotados pela torcida, um mais e o outro menos.
O primeiro,
campeão da América e com dois títulos gaúchos, não aceitou contrato de curto
prazo e tampouco o salário que o Coritiba oferecia.
E o segundo,
com o qual o Coritiba esteve mais perto de acertar, é mais famoso pelo marketing
eficiente que sabe fazer e não é o que alguns amigos seus da crônica esportiva
curitibana tentam demonstrar. É técnico desde 1999 e, salvo engano, só
conseguiu os títulos de campeão baiano, pelo Bahia, no Qatar (Liga Nacional, a Copa do Príncipe e Star Cup, não sei que valor tem uma ou outra) e duas classificações de clubes que
comandava (Paraná e Palmeiras) para a Copa Libertadores da América. Mas também
queria receber valores incompatíveis com os que o clube poderia pagar.
Chamusca está entre os da nova
geração (nem tanto, talvez), tendo no currículo os títulos de campeão da Copa
do Brasil pelo Santo André (2004), vice-campeão brasileiro com o Vitória
(1992), campeão catarinense com o Avaí (2010) e alagoano pelo Corinthians-Al em
1999. Foi também campeão da Copa da Liga Japonesa de 2008 (embora, confesso,
não sei se a disputa tem o mesmo peso de um campeonato nacional). Sei que ser
vice não é glória, salvo no campeonato brasileiro (o Coritiba foi duas vezes da
Copa do Brasil, mas vice é vice), porém Chamusca obteve o mesmo título pelo
Brasiliense, em partida disputada contra o Corinthians-SP, na qual o árbitro foi
escandalosamente decisivo para a vitória do último.
É um currículo bom, ou no mínimo
razoável, e me parece suficiente para tentar nos tirar do fundo do poço onde
nos encontramos. Que ninguém se esqueça de que o maior problema do time do
Coritiba é o elenco, muito mal formado pelo superintendente que felizmente nos
deixou, tendo a direção também a sua responsabilidade por avalizar as
indicações daquele. O novo técnico terá que tirar muito de muitos jogadores.
Então, amigos, vamos dar um voto
de confiança ao novo treinador. Não há o que fazer, digo aos insatisfeitos, a
não ser querer acreditar e desejar que tenha sucesso. O objetivo que devemos
ter no momento – nós e a direção do Coritiba - é afastar o risco de
rebaixamento e alcançar uma classificação pelo menos honrosa. Enfim, eu tenho
boas expectativas em relação ao Chamusca e quero acreditar que haverá mudanças
e se alcançará sucesso (claro que dentro dos limites do quadro que o campeonato
nos propicia).
Se afastarmos o risco do
rebaixamento e se a direção aprender com os erros de 2012/2013, não os repetindo,
não deixando de dar ouvidos aos torcedores lúcidos, não agindo com excesso de
centralização e tendo como objetivo um panorama grandioso e não uma mera
manutenção do “status quo”, quem sabe poderemos alcançar o sucesso que tanto
queremos.
Quero acreditar. Necessito
acreditar.