sexta-feira, 5 de junho de 2015

Fim??

Você se surpreendeu com a derrota do Coritiba para o Avaí, em pleno Couto Pereira? Mas por que??

Não tínhamos em campo quase a mesma equipe que foi impiedosamente goleada, também em casa, na decisão do campeonato paranaense, pelo Operário de Ponta Grossa, um time da quarta divisão nacional? Ou os mesmos refugos que precisaram cobrar 11 pênaltis para eliminar o Fortaleza, e que sofreram para ganhar do time reserva da Ponte Preta?

Não tínhamos a beira do gramado o mesmo treinador (?) que já havia conseguido a proeza de ser derrotado em casa por um time amador da Colômbia, e de ter sido goleado por um Nacional de Manaus, em uma Copa do Brasil?

Esse treinador, por acaso, adotou um esquema diferente do usual, deixando de escalar o time com três volantes, desta feita para jogar contra uma equipe que quase tinha sido rebaixada no campeonato catarinense?

Não tínhamos, fora de campo, provavelmente em um camarote qualquer do remendo chique que fizeram no nosso envelhecido estádio, os mesmos mentirosos que prometeram um Coxa Maior? E, nesse camarote, por acaso tínhamos uma diretoria unida, completa, ou apenas as sobras de um grupo ardilosamente montado por gente cuja experiência se resume a apoiar, conspirar, trair e, depois, reiniciar esse ciclo infinitamente? Onde estavam os covardes que emprestaram a esses mentirosos os seus nomes, antes relacionados à seriedade, avalizando o estelionato eleitoral cometido na última eleição do clube?

Então! Por que a surpresa??

O que o Coritiba tem feito, nos últimos anos, além de impor à sua torcida sucessivas humilhações? O que almejamos a cada início de Campeonato Brasileiro, que não seja brigar pra não ser rebaixado?

O que muda depois das eleições do clube? Lá não ficam sempre as mesmas pessoas, que apenas fazem mudar de lado, e que se escondem sempre atrás do nome de alguém que eles conseguiram convencer a bancar a Rainha da Inglaterra?

Aí vem a pergunta cuja resposta é a mais difícil? Como ter esperanças? Com certeza, Marquinhos Santos não será mandado embora. Ninguém que “mande” no clube tem culhão para isso. Muito provavelmente não trarão nenhum reforço de verdade, que possa mesmo fazer a diferença. Sim, o time que deram pro MS é muito fraco. Mas mesmo um time muito fraco, com um mínimo de organização, dificilmente conseguiria ser goleado por um Operário ou perder pra um Avaí, em casa.

Sendo realista, falta pouquíssima coisa para conseguirem acabar de vez com o Coritiba. Não somos mais capazes nem de ganhar o medíocre campeonato regional. Pelo contrário, somos goleados, em casa, na decisão, e a forma como todos (todos mesmo, jogadores, diretoria E TORCIDA) simplesmente deixaram isso passar, como se fosse uma coisa normal, corriqueira, é a prova de que já assimilamos o nosso novo status, o de um timeco sem alma, sem ambição, e que jogou a sua história no lixo. No campeonato brasileiro, antes não ganhávamos quase nunca fora de casa, agora demos pra perder em casa, também. Já devíamos ter sido rebaixados há tempos, não fossem os milagres que atendem pelos nomes de Deivid, Tcheco, Alex e Joel, terem nos salvado nos últimos três anos.

Sábado passado perdemos pro Avaí, no Couto Pereira. O que mudou de lá pra cá? Que atitude foi tomada, depois de mais esse revés neste ano? E, se tudo continua igual, se os homens que comandam o clube continuam os mesmos, se o treinador é o mesmo, se os jogadores são os mesmos, como ter esperanças de que amanhã os resultados serão diferentes??

O Coritiba insiste em se agarrar a uma realidade que “existe” apenas no coração de seus torcedores. Se pensarmos bem, as únicas “alegrias” que tivemos nesses últimos anos foram os dois títulos da segunda divisão. Fora isso, apenas decepções e humilhações. Que parecem não ter mais fim, infelizmente.

Não sei como terminar esse texto. Perdi-me ao escrevê-lo. Queria poder dizer que ainda tenho esperanças de que as coisas mudem. Queria conseguir pedir a todos que se associassem ao clube, pois essa talvez seja a única forma de tentar mudar esse cenário de penúria que vivemos há tempos. Queria poder voltar a escrever odes à nossa camisa. Queria poder acreditar que ainda há de surgir alguém que possa mudar a maneira de gerir o clube. Mas desde 2009, desde aquele fatídico fim do ano do nosso centenário, confesso, a tristeza e a desesperança me dominam. Houvesse um jeito de arrancar esse amor de dentro do meu peito, eu certamente o faria. Mas isso é impossível. Serei Coxa Branca até o fim dos meus dias, ou até o fim dos dias do Coritiba. Oxalá aqueles venham antes destes...