domingo, 30 de março de 2014

A espinha dorsal de um defunto*

2013 foi um dos piores anos da história recente do Coritiba, dada a quantidades de vexames pelos quais passamos.

No regional, conseguimos perder pro Paraná Clube, em pleno Couto Pereira, e também pro sub porcaria do Atlético, em um estádio abandonado.

Na Copa do Brasil, fomos GOLEADOS pelo Nacional de MANAUS.

Na Sul Americana, perdemos AS DUAS pra um time amador da Colômbia e fomos eliminados de forma humilhante, vergonhosa, ainda mais se lembrarmos do discurso MENTIROSO de que a eliminação da Copa do Brasil havia sido “proposital”, para que pudéssemos concentrar forças no torneio continental.

No Brasileirão, escapamos do rebaixamento já na bacia das almas, na última rodada, jogando contra um adversário desinteressado, do qual os jogadores de ataque se colocavam em condição de impedimento várias e várias vezes, e saiam rindo, como se estivessem apenas brincando.

O fato é que Alex nos salvou no regional, com os gols da virada sobre o Atlético, na decisão, depois do FRANGAÇO do Vanderlei, e no Brasileirão, com os gols decisivos que anotou contra Fla, Flu e Botafogo, só pra citar alguns.

Em 2013 tivemos Alex, e seus 27 gols salvadores. E só. O resto foi tudo uma MER*A!

Fosse um time sério, o Coritiba estaria agora não falando em manter a base dessa desgraça de time que nos deu este ano humilhante, mas em reformular boa parte do elenco. Mas estamos tentando não apenas segurar o mesmo “time”, quanto piorar ainda mais o medíocre elenco que temos, ao especular o nome de um Zé Love da vida, mais um jogador ruim, que desde que deixou de receber as assistências de Neymar, no Santos, nunca mais conseguiu fazer gols, e passou a perambular por clubes da Europa, até, provavelmente, desembarcar em um clube em que sua ruindade se equivalha à de seus companheiros.

Não sei o que leva as pessoas a acreditar que mantendo o mesmo time teremos um futuro diferente da vergonha que foi este ano. Talvez seja a mesma cegueira estúpida que levou às bizarrices revolucionárias e coritibanistas, que nada mais foram que cortinas de fumaças que ajudaram a camuflar a nossa fragilidade. O FATO é que não dá pra sonhar com um 2014 DIFERENTE se fizermos tudo IGUAL a 2013.

Enquanto o mercado futebolístico se agita, o Coritiba segue chorando a sua miséria, contratando treinadores iniciantes e baratos, renovando com frangueiros e com velocistas que tentam aprender a jogar futebol, e procurando jogadores que aceitem jogar a primeira divisão a troco de banana. E tudo isso, novamente, com a anuência e os aplausos de um séquito de incautos que, ao que parece, cultuam o sofrimento e se enxergam como mártires.

Convém, pois, não jogar fora os discursos emotivos sobre a grandeza do Coritiba, nem sobre a injustiça para com a sua torcida apaixonada que “carrega o time nos braços”, pois eles serão necessários muito em breve. Está se oferecendo ao clube uma trégua da qual o clube não é merecedor, uma vez que ele sequer é capaz de sinalizar alguma mudança de postura, ou de emitir um sinal de que as coisas serão feitas de formas diferentes. E, se mantivermos a "espinha dorsal" daquilo que foi incapaz de nos erguer, certamente continuaremos a ser pisoteados, e humilhados.

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* Reedição da coluna publicada em 23/12/2013. E, para aqueles que acharem que é só mais um "eu avisei", um recado: continuem a aplaudir a nossa mediocridade; vocês também são diretamente responsáveis pelo fim do Coritiba.

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mpopini@yahoo.com.br


2 comentários:

  1. Popini, creio que não seja necessário intitular quem tem opinião contrária a sua de "imbecis", a grandeza do homem está no respeito à diversidade de opinião, ainda que estejam completamente equivocadas. No coração de cada coxa branca bate um coração aflito por tanto sofrimento. Ansioso por conquistas e desejoso por títulos. Você, como muito mais conhecedor de todos os meandros erráticos do poder no Glorioso do que eu, sabe que a voz do descontentamento deve-se fazer ouvir, mas o desejo de concórdia e unicidade de objetivos deve prevalecer. Grande abraço. Paz!!!

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  2. Vc está certo, Jorge.

    Mas, por mais que soe patética qualquer tentativa de explicar esse exagero, ocorre que, com o perdão da pretensão, é simplesmente desesperador as coisas estarem tão claras, mas as pessoas ainda se fazerem de cegas, aplaudindo os erros e simplesmente descascando a tudo e a todos que ousam escrever algo diferente de elogios.

    A torcida Coxa Branca, antes famosa por ser extremamente exigente, passou a se comportar como vaquinhas de presépio, capitaneada por uma torcida organizada que se vendeu para poder retornar ao palco que ela mesmo destruiu, e hipnotizada por dirigentes engravatados e por diretores astutos, lobos que atraem os cordeirinhos para dentro de suas tocas, não para devorá-los, mas para fazê-los saírem de lá como multiplicadores de um discurso mentiroso.

    E assim, sem mais existir quem conteste o rumo que o Coxa tomou, seguimos a passos céleres para nos tornarmos tão insignificantes quanto a nossa falta de ambição.

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