domingo, 17 de agosto de 2014

A espinha dorsal de um defunto (reedição do texto escrito em 23 de dezembro de 2013)

Vou repetir aqui um texto que escrevi em dezembro do ano passado, não para me locupletar na base do "eu avisei",  mas para exprimir a minha perplexidade pelo fato de ser tudo tão óbvio e previsível, e, ainda assim, existir quem se esforce para não ver....


2013 foi um dos piores anos da história recente do Coritiba, dada a quantidades de vexames pelos quais passamos.

No regional, conseguimos perder pro Paraná Clube, em pleno Couto Pereira, e também pro sub porcaria do Atlético, em um estádio abandonado.

Na Copa do Brasil, fomos GOLEADOS pelo Nacional de MANAUS.

Na Sul Americana, perdemos AS DUAS pra um time amador da Colômbia e fomos eliminados de forma humilhante, vergonhosa, ainda mais se lembrarmos do discurso MENTIROSO de que a eliminação da Copa do Brasil havia sido “proposital”, para que pudéssemos concentrar forças no torneio continental.

No Brasileirão, escapamos do rebaixamento já na bacia das almas, na última rodada, jogando contra um adversário desinteressado, do qual os jogadores de ataque se colocavam em condição de impedimento várias e várias vezes, e saiam rindo, como se estivessem apenas brincando.

O fato é que Alex nos salvou no regional, com os gols da virada sobre o Atlético, na decisão, depois do FRANGAÇO do Vanderlei, e no Brasileirão, com os gols decisivos que anotou contra Fla, Flu e Botafogo, só pra citar alguns.

Em 2013 tivemos Alex, e seus 27 gols salvadores. E só. O resto foi tudo uma MER*A!

Fosse um time sério, o Coritiba estaria agora não falando em manter a base dessa desgraça de time que nos deu este ano humilhante, mas em reformular boa parte do elenco. Mas estamos tentando não apenas segurar o mesmo “time”, quanto piorar ainda mais o medíocre elenco que temos, ao especular o nome de um Zé Love da vida, mais um jogador ruim, que desde que deixou de receber as assistências de Neymar, no Santos, nunca mais conseguiu fazer gols, e passou a perambular por clubes da Europa, até, provavelmente, desembarcar em um clube em que sua ruindade se equivalha à de seus companheiros.

Não sei o que leva as pessoas a acreditar que mantendo o mesmo time teremos um futuro diferente da vergonha que foi este ano. Talvez seja a mesma cegueira estúpida que levou às bizarrices revolucionárias e coritibanistas, que nada mais foram que cortinas de fumaças que ajudaram a camuflar a nossa fragilidade. O FATO é que não dá pra sonhar com um 2014 DIFERENTE se fizermos tudo IGUAL a 2013.

Enquanto o mercado futebolístico se agita, o Coritiba segue chorando a sua miséria, contratando treinadores iniciantes e baratos, renovando com frangueiros e com velocistas que tentam aprender a jogar futebol, e procurando jogadores que aceitem jogar a primeira divisão a troco de banana. E tudo isso, novamente, com a anuência e os aplausos de um séquito de incautos que, ao que parece, cultuam o sofrimento e se enxergam como mártires.

Convém, pois, não jogar fora os discursos emotivos sobre a grandeza do Coritiba, nem sobre a injustiça para com a sua torcida apaixonada que “carrega o time nos braços”, pois eles serão necessários muito em breve. Está se oferecendo ao clube uma trégua da qual o clube não é merecedor, uma vez que ele sequer é capaz de sinalizar alguma mudança de postura, ou de emitir um sinal de que as coisas serão feitas de formas diferentes. E, se mantivermos a "espinha dorsal" daquilo que foi incapaz de nos erguer, certamente continuaremos a ser pisoteados, e humilhados.


4 comentários:

  1. Felizmente, as pessoas passam e o clube fica.
    Mas, infelizmente, a passagem de determinadas pessoas, como a atual diretoria, mais especificamente, o presidente Vilson, pois como ele é onipotente, a diretoria só peca por omissão, deixando que a arrogância do
    mesmo, seja a responsável pela atual situação do clube. Conseguiu triplicar a dívida, não montou um time, no
    mínimo razoável, pois os jogadores que hoje emporcalham, nosso manto sagrado, estão manchando a nossa
    história centenária. Não entender de futebol, como desculpa, até é razoável, mas, entregar as chaves do
    clube, principalmente do cofre, nas mãos de aventureiros, sem nenhum vinculo, com nossas cores, é muita
    falta de responsabilidade.

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  2. Lamentavelmente pelo jeito vai ser pior do que o ano passado, onde o time apesar dos percalços conseguiu permanecer na primeira divisão.

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  3. Infelizmente, desde 1989, com rápidos alentos em 1998, 2003 e 2011, vivemos de esperança para que o mal pior não aconteça. Está muito difícil ser coritibano, embora todos nós nos mantenhamos fiéis tentando reagir dentro de nossas parcas forças. As eleições estão aí para tentar mudar alguma coisa. Antes, não vejo luz e nem solução.

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