quarta-feira, 28 de maio de 2014

O que esse cara está fazendo lá???

                                          Foto: Rafael Ribeiro/CBF/Reprodução Gazeta do Povo

Quem é o maior responsável por um clube de futebol, se não o seu presidente?

Quem avaliza as contratações e, mais do que isso, escolhe quem irá providenciá-las?

Quem escolhe, contrata e demite os treinadores?

No caso do Coritiba, quem sempre posou como “grande administrador”, quem foi que prometeu colocar o clube entre os seis maiores do Brasil até 2013? E onde está essa pessoa agora, no período em que o clube atravessa uma das piores crises técnicas dos últimos tempos, caminhando a passos largos para o rebaixamento, do qual, aliás, conseguiu escapar nos últimos dois anos apenas na bacia das almas???

Não tenho a pretensão que meus sentimentos sejam comuns a outras pessoas, mas me enoja ver uma foto como a acima, em que o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, aparece vestido com os trajes da Seleção Brasileira de futebol, sentado ao lado de Carlos Alberto Parreira, com uma cara de que não está nem aí para o que acontece no mundo fora da Granja Comary, limitando-se a tentar resolver por telefone os imensos problemas pelos quais passa o Coritiba.

Será que é lá, junto à delegação brasileira, com a patética pose de “chefe”, que Vilson Ribeiro irá conseguir diminuir as constantes humilhações que o clube que ele dirige tem imposto à sua torcida?? Será que é pegando um telefone, ou culpando pessoas que já deixaram o Coritiba pelos erros que ele ajudou a cometer, que ele imagina que nós, torcedores, voltaremos a ter esperanças de que o desastre iminente não se consume??

Pois hoje, enquanto o Coritiba estiver no gramado contra o Criciúma, com um time desfigurado, desmotivado, desprovido da mínima condição técnica, enquanto sua torcida estiver a orar para que esses jogadores superem com a garra o que lhes falta de habilidade, Vilson Ribeiro de Andrade deverá estar bem distante, conversando sobre amenidades, ouvindo – de longe – a banda do rebaixamento do Coritiba passar tocando bem alto, sem no entanto esboçar qualquer sinal de preocupação, ou tomar qualquer atitude diferente de um inócuo telefonema para “cobrar” mudanças no clube do qual ele é o responsável.

É trágica a forma como a história se repete no Coritiba, de tempos em tempos, quando aparece um “salvador da pátria” para tirar o Coritiba de um buraco e enfia-lo em outro, mais fundo e escuro do que o anterior. E é de uma crueldade imensa o sofrimento que esses aventureiros, que nada trazem senão promessas, e nada deixam senão mais dores e humilhações, impõem àqueles que amam verdadeiramente o clube.

Caro presidente Vilson, de minha parte eu gostaria apenas de lhe dizer que nada há de me tirar o orgulho de ser Coxa Branca, e que a minha única “seleção” é o Coritiba, independentemente dos jogadores descompromissados e desqualificados a quem o senhor ousou entregar a nossa camisa. Saiba também que o senhor tem nos imposto uma humilhação que certamente é diretamente proporcional ao tamanho do seu ego, que sempre lhe impediu de admitir os seus erros, e que agora lhe faz abandonar o nosso clube à sua própria sorte, para que possas “desfilar” em um palco de um show que não nos diz nenhum respeito, e para o qual estão voltados lentes e câmeras, mas nenhum coração Alviverde.


Pois fique aí em Teresópolis para sempre, presidente Vilson, com os seus pares da mesma CBF que tanto mal já nos fez, e deixe-nos velar o Coritiba que o senhor colocou na UTI. Talvez assim, sem a sua presença inútil, consigamos ressuscitá-lo mais uma vez.

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mpopini@yahoo.com.br

6 comentários:

  1. Popini, você é mais jovem do que eu e talvez não possa fazer esta avaliação, mas quando vejo ou leio sobre coisas do Coritiba do passado vem a minha memória o quanto o Coritiba era GRANDE, o quanto era FORTE, e principalmente o quanto era VENCEDOR. Nasci em 1954 e acompanho o clube desde 1962 ou 1963, e logo depois veio a era dos títulos, Evangelino, Eli Thomaz de Aquino, Munir Caluf, aqueles times fantásticos dos anos 70, onde só crescíamos, e víamos o nosso rival do fim (ou início) da rua cada vez mais pequeno. Eu confesso que as vezes tinha pena dos atleticanos, de tanto que eles apanhavam, e tinha comigo a certeza de que rumavam para se tornar um clube pequeno. Veja, estou falando dos anos 50 até fins dos 70. Mesmo o nosso grande título de 1985 foi uma feliz coincidência, regada com uma boa dose de sorte e claro, uma grande dose de competência dos envolvidos. Eis que veio o fatídico ano de 1989, e junto com péssimas administrações, chegamos onde chegamos, vendo o nosso rival crescer em todos os níveis e vendo cada dia mais um clube médio, que flertou com a grandeza, agora flertando com a pequenez. Quando vejo este time jogar, e nem mais o fator Couto Pereira ser importante, quando vejo a média de público de nossos jogos, me faço um questionamento. Será que não é apenas o time que é ruim, será que não é apenas a fase, ou a má administração. Será que isto tudo não significa que o CLUBE está diminuindo. SERÁ ? Pra reflexão ! Henrique Dias

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  2. Henrique, não tenho dúvida alguma que o clube se apequena mais a cada da q passa, e que isso é consequência DIRETA dos aventureiros e descompromissados que têm passado pelo comando do clube.

    Tive chance de acompanhar, em campo, o Coritiba a partir de 1976, e também presenciei, portanto, a época em que já fomos grandes, bem como aquele fatídico 1989, quando uma decisão diretiva nos jogou nos buraco em q continuamos a cavar.

    Esperança? Apenas a de que possa aparecer alguém sério, competente, e que ame o Coritiba mais do q a si mesmo, antes que consigam acabar de uma vez por toda com o clube.

    Abs!

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  3. Olá, seu Henrique Dias. Muito pertinente sua lembrança de que o time lá de baixo, estava fadado a ser um P. Clube de hoje. Ocorre que o imponderável acontece, o complexo de vira-lata foi assumido de vez por essa diretoria. E olha que já defendi muito o presidente. Eu não vejo futuro de conquistas para nosso time. A mediocridade é assombrosa. As categorias de base não revelam ninguém. Os meninos que chegam ao time principal acham que já são um Alex, vem com chuteirinha colorida e toda essa "viadagem" que as escolinhas de futebol pregam. No meu tempo, tenho 40 anos, a gente aprendia a jogar bola nas ruas, nos "pastos", no "terrão",naqueles campos cheios de buraco. Ali sim se aprendia a jogar, tendo que driblar uns 15 adversários num espaço pequeno. Tendo que dominar aquelas bolas que insistiam em bater no buraco e vir no pescoço, no rosto de nós moleques. Não vejo outra saída a não ser colocar "alguém que entenda" de futebol para administrar esses garotos. Vamos ao nosso histórico recente: Rafinha (lateral), Adriano, Miranda, Henrique, Keirrison. A solução para a grandeza é a base. Não há outra maneira de crescer. Veja bem, estamos gastando 650 mil por mês com Lincoln, Iberbia, Botinneli e Escudero. Isso é uma palhaçada, Henrique. É inaceitável. Infelizmente, não vejo futuro promissor para nós. Perdemos o bonde da história, e agora temos que ficar mendigando jogadores medíocres, sem identificação com o clube. O sentimento que tenho quando vejo os jogos é de tristeza profunda, pelo fato de meu Verdão ter no seu grupo jogadores tão limitados. Quando a torcida perde a vontade de ver jogos, e se acostuma às derrotas, aí então chega-se ao fundo do poço. O problema é que quando estamos quase saindo de um, jogam-nos em outro. Abraço!

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  4. O pior é que estamos (todos nós) nos acostumando com a mediocridade. Lembro que quando ( as poucas vezes ) perdíamos um atle-tiba, eu ficava muito triste, hoje, perder é normal, até para "eles", que já foram pequenos de dar dó, e hoje não são mais. Temos que dar a volta por cima e ultrapassa-los novamente. Este clube tem história, uma história tão bonita que não se compara com nenhum outro clube. Que os incompetentes não nos tirem isto, porque o orgulho já foi tirado. Abs

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  5. Sobre a pergunta, "O que este cara esta fazendo lá???", talvez ele esteja contratando o Parreira, quem sabe, ehehe

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  6. A foto é bastante ilustrativa. Será que existe alguém do conselho de administração ou do deliberativo que esteja minimamente preocupado com o destino do Clube?

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