segunda-feira, 1 de setembro de 2014

O leão e outros bichos

 Por: Felipe Rauen

Perdemos mais dois pontos em casa, jogando uma primeira etapa de razoável a boa e uma segunda com o time entregue, sem inspiração e errando muito, salvo lances pessoais do Zé Eduardo, do Carlinhos e do Martinuccio. Não merecíamos melhor sorte, e somente graças aos resultados paralelos não nos abrigamos na última colocação do campeonato.

Há muito se tem dito que sem ganhar em casa não há esperança, e a cada partida – ressalvado o jogo contra o Vitória, cuja fragilidade é claríssima – ela, a esperança, mostra que morrerá mesmo que por último.

E como também se tem dito e redito, o nosso problema em campo está fixado na má qualidade do plantel, montado sem critérios ou com critérios que nós, pobres mortais, desconhecemos. Jogadores que não deram certo em outras equipes, inclusive na segunda divisão – por exemplo, Robinho no Avaí – e contratações em quantidade como se a qualidade fosse um item secundário.

Temos um jogador (?) como o Baraka que em face de suas escandalosas más atuações o técnico substituiu pelo Gil, conceituado há poucos dias por um cronista como “um leão” (do Lions Club?). Talvez esteja certo quem assim afirmou, já que realmente vontade não falta ao Gil, que corre para todos os lados da savana, chuta tresloucadamente e dá carrinhos (menos mal que lhe rendem cartões amarelos e de tempo em tempo fica fora do time). Falta-lhe é futebol, ainda que pouco. Mas isso, no atual estágio do Coritiba, talvez seja exigir demais, ora pois.

E poderíamos prosseguir na avaliação individual de maioria dos nossos atletas, não somente pela partida de hoje, já que afinal nenhum está livre de uma ”má jornada” como gostam de dizer os comentaristas. O que está ocorrendo com a grande parte dos jogadores do Coritiba é que, ao contrário, excepcionalmente fazem uma boa jornada. Nessas ocasiões, para alguns torcedores ou os que gostam de enganá-los, tudo passa a estar bem.

Ah! Mas hoje jogamos melhor do que contra o Flamengo pelo campeonato brasileiro, dirão alguns. Sim, sem dúvida. Mas ainda é pouco. Não vamos mais exigir que o Coritiba jogue bem sempre, mas que, dentro de suas limitações, ganhe pelo menos em casa, mesmo imerecidamente, a esta altura pouco se dá.

Enfim, amigos, e não me importa que me chamem de pessimista quando, junto com alguns poucos, sou realista, a verdade é que a cada dia o nosso Coritiba se encaminha para mais uma vez descer a escada rumo à segunda divisão. Quero muito ser desmentido, não me importando se vier a ser “enquadrado” em deslumbrados textos. Não busco estar com a razão, quero é ser feliz no futebol com o clube do meu sexagenário coração.

“Com a morte do otimismo, o pessimismo se transformou em nossa última e delirante forma de esperança”. (Millor Fernandes)
 

3 comentários:

  1. Prezado Rauen: Ótimo texto. Revela com indiscutível precisão a nossa triste realidade. Não é caso de pessimismo, ao contrário do que pensam os bajuladores de plantão, mas sim de enfrentar a realidade e procurar melhorá-la. Pena que, com o atual mandatário máximo, o nosso time, dificilmente, conseguirá escapar de uma nova humilhação. Não obstante, vamos continuar torcendo por um destino melhor e que no final do ano consigamos "sobreviver" na divisão de elite.

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  2. Prezado Dr. Rauen: Como sempre um ótimo texto. Ouvi ainda há pouco num programa de rádio que o camaronês Joel, atacante artilheiro do Londrina chegará amanhã para fazer exames médicos e se estiver tudo certo, assinar com o Coritiba. Confesso que acredito que não seremos rebaixados neste ano mas sem o entusiasmo dos bajuladores de plantão mas por causa da qualidade técnica de outras quatro equipes que, no meu entender estão piores que o nosso Coxa. Creio que podemos vencer o Bahia e iniciarmos o returno com o pé direito e aos poucos irmos nos afastando da ZR. Triste realidade essa, a de nos contentarmos em apenas permanecer na Série A, mas que venham as eleições e quem sabe tenhamos um novo alento para 2015. Um forte abraço! Ciro

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  3. Excelente texto mostrando a nossa realidade,infelizmente temos uma equipe medíocre,que apenas com um milagre poderá nos evitar a segunda divisão.Espero que na próxima eleição possamos eleger um novo e responsável presidente,que honre a nossa camisa.Luíza Taborda.

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