Do Caos ao caos

Por: Felipe Rauen

 

O atual momento do Coritiba é quase impossível de ser adjetivado, tamanha é a indignação que nos vem à mente depois de uma apresentação pífia e desanimadora como a de ontem. Não houve um mínimo de bom futebol – nem o Alex! – não houve qualquer arremedo de postura tática e, a esta altura o pior, o estado de ânimo dos jogadores é extremamente preocupante, tamanha a passividade com que aceitaram o revés (ontem e domingo passado). Digo que o pior é a apatia, uma vez que, provado e comprovado que o time é fraco, somente uma superação poderia afastar o risco, cada vez mais perto, de um novo rebaixamento. Mas nem isso.

E contratamos um técnico que tem no seu perfil como qualidade a de “motivador”. Porém, logo ao assumir, disse que seria necessária “ajuda divina” para o Coritiba se reerguer .  Que leitura o amigo leitor faria se fosse um dos jogadores do Coritiba ao ler ou ouvir isso? “Nós não temos capacidade para mudar as coisas. Tratemos de rezar...” Que bela motivação.

Não devemos desprezar quem invoca ajuda divida, no futebol ou qualquer outra atividade. Respeitemos a fé. Mas Deus não tem time! Deus torce por todos e por nenhum! Ou melhor, penso que Ele torce pelos competentes.

Em 2008, Renê Simões, nosso técnico em 2007, quando voltamos à série A do campeonato brasileiro, lançou um livro “Do Caos ao Topo – Uma odisseia Coxa-Branca”. É um livro sem maior expressão, mas que serve para mostrar como decorreu aquele ano na visão do então técnico, em que pese no texto ele deixe um pouco de lado a humildade, mas isso não vem ao caso.

Pois bem, daquele topo a que se referia Renê Simões em 2008, fomos ao caos ao final de 2009 em momento que sempre é difícil de recordar.

E agora, quando as chances de o Coritiba voltar a cair para a segunda divisão são maiores e mais concretas do que as de escapar? Por todos os ângulos que se analise – estatístico, matemático, físico, psicológico, químico, sobrenatural ou sei lá o que mais – este é o horizonte que se descortina. 

Voltaremos ao caos em 2014?

E então quem será o autor de um livro com o título deste meu modesto texto?

Para finalizar. Mostrar indignação, seja com vaias ou outras atitudes, não é deixar de apoiar o time. Quando ele está muito ruim a voz rouca do estádio deve mostrar aos jogadores, comissão técnica e direção que não está satisfeita e exige providências. Pois vendo a transmissão de hoje pareceu-me, a exemplo do que já havia notado em outras ocasiões, que não só os jogadores, mas até a IAV está apática. Quem me acompanha deve saber das restrições que tenho em relação a tal torcida organizada pelo mal que já nos causou. Mas se o time está precisando de uma “sacudida”, por que não estão ajudando ao restante da torcida na mostra de inconformidade? Civilizadamente, é claro, nunca como já ocorreu. Comportamento estranho.

Estou encaminhando este texto ao Popini às 01,57 do dia de hoje, por isso peço que perdoem se eventualmente bati muito forte. Mas não estava conseguindo dormir. Estou com dor na alma e ela é tão forte que parece física.