terça-feira, 8 de outubro de 2013

Garra



Futebol é motivação, acima de tudo. Um time que acredita em si próprio pode ir longe. Em contrapartida, um time formado por jogadores desinteressados e descompromissados com o clube tem como endereço permanente a Rua da Desgraça.

Nessa reta final do Brasileirão, tenho certeza que a torcida Coxa Branca fará a sua parte. Mas quem precisa dar o primeiro passo são os jogadores do Coritiba. Só eles podem mudar esse cenário, só eles podem correr em campo, só eles podem nos dar o que mais está faltando para reverter essa tendência de queda: garra.

Garra como a que demonstrou Paulo Baier, no último atle-tiba. Mesmo previamente "dispensado" do clube pelo qual muito lutou, marcou os dois gols da vitória do Atlético sobre o Coritiba e, incansável, correu até os 49 minutos do segundo tempo. Aí, depois do final do jogo, visivelmente emocionado, disse que continuará a fazer de tudo para levar o seu time à Libertadores em 2014.  Nesse momento, lembrei da besteira dita por Vilson Ribeiro de Andrade, e realmente senti inveja. Não do Atlético, que merece estar onde está porque seus jogadores acreditarem que poderiam colocá-lo lá (questões diretivas à parte). Mas inveja da dedicação e do amor de um jogador por seu clube, a ponto de se colocar em segundo lugar para dar a ele, clube, e à sua torcida, uma "conquista", ainda que já sabendo que não estará mais lá para usufruir das benesses dessa "conquista".

Sim, este é um espaço para falar das coisas do Coritiba. Mas, se no Coritiba não é possível encontrar, neste momento, algo para ilustrar aquilo que é preciso para recolocar o nosso time nos eixos, não me envergonho de citar um jogador do nosso rival. Pois garra e superação devem sempre servir de exemplo para quem quer que seja. E a rivalidade besta que a tudo condena é a quintessência da estupidez.

Quem veste a camisa do Coritiba deve dar a ela o suor e a dedicação que ela merece. E eu acredito que os jogadores do nosso atual elenco têm mais a oferecer por ela, do que o pouco que tem demonstrado em campo. Ainda há tempo para evitar que a vergonha de um novo rebaixamento se concretize. A torcida alviverde fará o que lhe cabe, mas apenas até onde lhe cabe. Se pudéssemos entrar em campo, certamente não faltaria empenho. Como não podemos, oferecemos nosso grito de amor e, em troca, só pedimos uma coisa: garra.


3 comentários:

  1. Oferecemos nosso grito de amor e, em troca, só pedimos uma coisa: garra. (2)

    João Paulo - Curitiba

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  2. Não querendo ser chato, mas pedir garra a esses jogadores é um exercício inútil de masoquismo. Se eles não demonstraram o mínimo comprometimento com o Coritiba até aqui, então com certeza não o farão agora que o campeonato está acabando. Não vou pedir para esses mercenários se doarem em campo. Vou pedir para nossa Diretoria abrir o cofre e pagar o que deve a esses caras, ou se não está devendo nada, que ofereça um prêmio pelos 15 ou 16 pontos que precisamos. Nem todos os jogadores são mercenários e o Baier talvez seja o exemplo mais contundente disso, mas no nosso caso - exceto o Alex e um ou outro que esteja indignado com a falta de profissionalismo da equipe - não temos a quem recorrer.

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  3. Carlos Augusto de Castro.8 de outubro de 2013 às 19:14

    Parabéns Popini. Gostei de sua grandeza. Gostaria que nossos rivais pudessem ler suas palavras. Sei que elas não foram dirigidas como bajulação aos concorrentes, mas como constatação de um grande jogador e grande caráter chamado PAULO BAIER. Dedicação e entrega total, não aquelas a que estamos acostumados, [entrega-substantivo no caso dele) e não entrega (verbo entregar - Presente do Indicativo 3ª pessoa do plural), sentido pejorativo tão presentes na conduta dos mercenários que se fantasiam com a camisa do Coritiba. Apostam no azar, na própria mediocridade procurando desculpas e mais desculpas para tudo. Peço encarecidamente aos torcedores que não deturpem as palavras de quem as escreveu.
    Para sermos bem honestos: quem não gostaria de ter alguém assim vestindo nossas cores?
    Para quem não sabe: O "Metralha" chama o craque de HERANÇA MALDITA, dá para entender?
    Carlos Augusto de Castro.

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